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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

EDUCAÇÃO: OS EDITORIAIS QUEREM ENGANAR QUEM?






REPOSTA DADA AO EDITORIAL DO DIA 01/08/2011
Às vezes acho a Folha de SP um jornal tão interessante em seus artigos que envolvem saúde, filosofia, análise política e ao mesmo tempo tão medíocre nos editoriais principalmente aos que se referem ao ensino e a educação seja em âmbito federal ou estadual. Novamente me deparo com o mesmo papagatório lorístico sobre quantidade e qualidade. Pareço estar lendo os mesmos editorias sendo republicados por uma tremenda falta de preenchimento de espaços.
Santo Deus, e não é por falta de colegas professores enviarem seus protestos reivindicando mais profundidade e profissionalismo ao lidar com o fato. EDUCAÇÂO é base deve ser tratada com o devido respeito, pois repetir com outras palavras o que é mais que notório para quem vivencia a sala de aula (e isso não digo só como professora, pois a grande maioria dos leitores desse veículo tem filhos, netos ou parentes mais distantes que estão em idade escolar) é subestimar a capacidade de público leitor que assiste a mesma cena escrita desse teatrinho de jornalismo ineficiente.
Acho uma tremenda falta de compromisso de tempos em tempos esse veículo repetir tais assuntos como se fossem novidades. Aprofundem as pesquisas, abdiquem os números falsos e enterrem seus dedos no monturo e na lama em que se encontra a educação nesse país, mas o façam com vontade e sem nojo de descerem até as profundezas desse ecossistema putrefato. Vocês se rendem ao governo do estado que fez assinatura desse jornal a todas as escolas e temem perder essa bolada? Ah talvez seja isso!!! Com certeza a grana é alta e nenhum leitor mais ingênuo ou individualmente suprirá a força do capital que move qualquer empresa.
Creio agora ter entendido os reais motivos. Agora fica evidente os mascaramentos de editorias repetitivos que não se aprofundam na questão de um novo ponto de vista como a realidade absurdamente nonsense em que vivem ou melhor sobrevivem os lentes que mal podem comprar livros, ir a teatros como se isso fosse luxúria de quem já nasce sabendo tudo e não precisa desses ínfimos recursos para aprimorar suas aulas. Aliás, professor é máquina nem de alimentação ele precisa. Que ser humano sobreviveria com um ticket miséria de 4 reais há séculos, só sendo máquina mesmo.
ANDREIA CUNHA

Atraso escolar

Os avanços da educação no Brasil, em décadas recentes, têm trazido consigo resultados a um só tempo ambíguos e preocupantes.
A inclusão da quase totalidade das crianças de até 14 anos no ensino fundamental (que hoje vai do 1º ao 9º ano), durante a década de 1990, por exemplo, provocou inicialmente uma inevitável queda no nível médio de aproveitamento dos alunos na rede pública.
De forma mais lenta do que seria desejável, já se constata, nos últimos anos, uma elevação no rendimento escolar dessa parcela de estudantes.
Ao que tudo indica, fenômeno análogo ocorre agora com o aumento da fração de alunos do ensino fundamental que estão fora da série adequada para a sua idade, segundo números recém-divulgados pelo governo federal.
Em condições ideais, uma criança deve ingressar na escola aos seis anos e chegar ao ensino médio aos 14. Um estudante é considerado defasado em sua trajetória escolar quando tem pelo menos três anos a mais do que o condizente com a série em que estuda, de acordo com esse critério.
Dados do Ministério da Educação mostraram que, no ano passado, a parcela de estudantes do ensino fundamental nessa situação chegou a 23,6% do total, cerca de 7 milhões de crianças e adolescentes. Em 2008, a taxa era de 22,1%.
O problema se concentra, no entanto, nos anos finais da formação fundamental, uma vez que o número de alunos que entram com atraso na primeira série desse ciclo tem diminuído.
Ou seja, cada vez mais, adolescentes e jovens que antes desistiam da escola sem conseguir chegar ao ensino médio têm preferido permanecer em sala de aula, mesmo com considerável atraso em relação a seus colegas.
Os desafios para esses estudantes são tão grandes quanto os que se impõem aos responsáveis por sua educação. Quanto maior a defasagem entre um aluno e a série em que está matriculado, maiores as chances de ele vir a desistir da educação formal.
Não à toa, as taxas de abandono no ensino médio ainda são muito altas no Brasil, ficando próximas dos 20%. Para trazê-las a níveis aceitáveis, é preciso reduzir a idade média dos alunos que chegam a essa etapa da formação escolar, diminuindo o percentual de estudantes defasados nos anos finais do ensino fundamental.
Reproduzir, entre adolescentes e jovens, o processo de inclusão que levou a quase totalidade das crianças brasileiras à escola será, portanto, ainda mais difícil. Nesse caso, a quantidade depende ainda mais estreitamente da qualidade.
Só o investimento na melhoria do ensino, com treinamento adequado dos professores e atenção especial aos alunos atrasados e repetentes, será capaz de aumentar as taxas de aprovação no ensino fundamental e mitigar as atuais distorções de aprendizagem e de trajetória escolar no Brasil.
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Em resposta ao editorial da Folha de SP  - 14/09/2010
Será que a falta de professores qualificados como diz o editorial da folha não seria porque nós professores temos de ser os “clínicos gerais” da educação de base? Oras, os alunos do Ensino Médio sabem menos sobre matemática ou tanto quanto um aluno de 5º ano. Matemática é uma ciência ampla, a língua portuguesa tem muitas ramificações de estudo. Teríamos sim que ter professores qualificados por áreas em cada disciplina.
Falo em uma mudança que não vise apenas pincelar a educação com propostas inócuas que mudam apenas nomenclaturas: colegial, ensino médio etc e tal. O que se faz necessário para que nossos alunos saibam mais sobre as disciplinas que estudam é não termos uma educação seriada e sim pautada em áreas. O professor de morfologia, de sintaxe, de trigonometria, de geometria plana, incluindo as demais matérias (ou disciplinas, ou conteúdos, como em cada tempo resolvem nomear). O difícil, é entrarmos em uma sala com alunos que tem idades próximas e conhecimentos tão distintos.
Será que é tão difícil enxergarem que a plebe aqui embaixo tem algo a dizer por ter uma vivência que faz a diferença e deixarem de regurgitar em idéias de educadores distantes de nossa realidade social? A mudança é de cálculo, de visão, de empreendorismo e de interesses que favorecem minorias. Nem mesmo as escolas particulares estão livres de encararem situações semelhantes.
O nível está péssimo em todos os sentidos embora as escolas particulares tenham maiores recursos de reverterem o número gigantesco de casos que abarcam o ensino público. Enquanto não pensarem em mudanças pautadas no real cotidiano, teremos notícias repetitivas, comentários repetitivos com conclusões currupaqueadas em eternos repetitórios como verdades absolutas.
Sinceramente, nós professores da rede pública estamos cansados de sermos seres mutilados, pois não temos condições materiais e financeiras nem para o nosso básico, de termos tempo para aprimorarmo-nos, bem como nossas aulas e ter acesso à cultura... e mutiladores por fazermos parte de um sistema que prega a “progressão”continuada como método eficaz de aprendizagem na qual o conhecimento é  renegado porque o importante é o número para inglês ver.
Enquanto as decisões forem pautadas de maneira vertical nada poderá ser feito a não ser lermos notícias lorísticas e políticos propagandeando a educação como meta a ser alcançada num futuro (este que pelo jeito nunca virá)
E viva o país onde o futuro a Deus pertence... Aplausos.
 ANDREIA CUNHA
Erro de cálculo
Duas reportagens publicadas ontem pela Folha ajudam a traçar um panorama preocupante para o futuro do país.
A primeira relata que a educação foi tema praticamente ignorado no debate que confrontou os quatro principais candidatos à Presidência da República.
A segunda soma, à já conhecida miríade de indicadores da calamidade da educação no Brasil, a constatação de que um quinto dos alunos prestes a concluir o ensino médio sabem menos matemática que o esperado num estudante do 5º ano do ensino fundamental. Ou seja, uma defasagem de instrução de sete anos.
Apenas 11% dos alunos no 3º ano do ensino médio têm noções de matemática consideradas adequadas a esse nível de instrução. O dado foi obtido a partir dos resultados da Prova Brasil e do Saeb, exames do Ministério da Educação que avaliam alunos de escolas públicas e particulares em matemática e português.
Os números referentes à matemática no 3º ano do ensino médio são os piores em todos os níveis avaliados. No 5º ano do ensino fundamental, a situação, embora longe do ideal, é bem melhor: chegam a um terço os alunos cujo nível de aprendizado é compatível com o esperado para a série em que se encontram.
A deterioração da qualidade do ensino, conforme se aproxima a conclusão do ciclo básico, tem a ver com a falta de professores preparados para ensinar aos alunos conceitos mais complexos, que vão além das operações básicas lecionadas nos primeiros anos.
O fato de boa parte dos jovens brasileiros estar deixando a escola com um nível de conhecimento tão abaixo do adequado, receita para a perpetuação da vergonhosa desigualdade socioeconômica no país, deveria ser motivo de preocupação máxima dos que buscam a Presidência.
Espera-se que nos próximos debates presidenciais os candidatos esclareçam que medidas pretendem tomar para alterar o lamentável cenário da educação no país.
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EM RESPOSTA AO EDITORIAL DA FOLHA DE SP – 18/08/2010

Que a educação agoniza há muito tempo no estado de São Paulo não é novidade. Abrir novas escolas etecs e fatecs não é solução se nelas, o aluno não tem condições mínimas de passar nos vestibulinhos e vestibulares para cursá-los após vivenciar as bases que deveriam ser os ensinos: fundamental e médio.
É notório também a não permanência dos alunos na escola, no ensino médio alegando a falta de interesse da escola em mantê-los lá como uma instituição prazerosa e, ainda, que esses níveis de abandono são assustadores em comparação ao ensino fundamental. Nada disso é novidade para quem vive a sala de aula cotidianamente. Noticiar tal fato, para nós professores, é como tentar tirar a peneira da frente do sol e continuar a ver o que antes já se via.
Tem-se novamente a questão centrada na figura do professor como o Judas a ser malhado: “falta-lhe conhecimento de sua respectiva disciplina, falta-lhe motivar seus alunos e igualmente suas aulas tornando-as atrativas e eficazes”. Faltam-nos tantas coisas...
É estranhamente engraçado ver como não se fala profundamente das tais questões materiais (apenas citando-as brevemente) como um dos primordiais motivos para tal afastamento dos alunos da escola como ambiente de conhecimento e estimulante para o saber.
Sou professora da rede citada acima e vejo tristemente as condições precárias das salas na qual tanto os alunos como nós somos obrigados a passar o tempo tão precioso no que deveria ser o ambiente dos saberes e sabores – do experimento de contatos sociais, da formação de conhecimentos básicos para o constante aprendizado- observação e leitura e leitura profunda das entrelinhas da vida.
“Motivação, atrativo e eficaz” são palavras de âmbito tão comum e que soam com tanta utopia no reino da fantasia de quem fala, mas não vivencia o real diariamente. “É preciso motivar os alunos... é preciso motivar os professores... salário não é só o importante... cumpre levar aos docentes métodos de transmissão de conteúdos e a motivação dos estudantes”...
Tudo isso soa tão falso e distante, de um reino tão elevado que fica tão as alturas da precária situação que a plebe verdadeiramente vive que até parece que leio um conto de fadas na qual tudo terminará tão fácil como “... e foram felizes para sempre”.
Sabemos que há muitas fragilidades na formação dos docentes (até mesmo para lidar com seus instrumentos de trabalho – a voz como um deles), que o conhecimento da teoria é importante e que este, porém, não abarca o todo necessário para a vivência em sala de aula.
Assim como perfeitamente sabemos do mascaramento de números próximos aos ideais para camuflar o que dizem como melhora nos índices da aprendizagem dos alunos retirando critérios e anexando-o ao lindo nome “satisfatório”.
Quanto à adoção de apostilas, fica uma pergunta com gosto de quero mais: que tipo de conhecimento é prezado nesse método? Apenas regular ao nível nacional para repetir o eterno repetitório numérico ou buscar um conhecimento amplo que vai além de respostas condicionadas? Objetivo: Quantificar ou qualificar?
Como professora fica de minha experiência, se é que ela é válida, a seguinte conclusão: Em educação, não temos que lidar primordialmente com números como verdades absolutas, eles, antes de quantidade, representam pessoas que devem ser tratadas como tal, que terão uma vida fora da viagem dos nove anos escolares e terão outros tantos passos sejam estes na escola acadêmica ou na escola que é a própria vida. Qual foco realmente interessa?
 ANDREIA CUNHA
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Técnicas de ensino
É consensual a avaliação de que o principal desafio das políticas de educação no país se encontra na melhoria da qualidade de ensino.
Aulas precárias e desinteressantes afetam negativamente não apenas a formação dos estudantes e seu posterior desempenho no mercado de trabalho mas também a permanência na escola.
A educação de baixa qualidade ajuda a explicar o fato de o país ainda não ser capaz de manter todos os adolescentes no ensino médio. Segundo uma pesquisa realizada em 2009 pela Fundação Getúlio Vargas, a maior parcela dos jovens que abandonam os estudos apresenta como justificativa a falta de interesse pela escola, e não a necessidade de trabalhar.
As taxas de desistência nessa etapa da educação são assustadoras, em todo o país. Na região metropolitana de São Paulo, a média de abandono da escola, entre 2002 e 2008, foi de 19,4%.
O avanço que se espera da educação não depende apenas da necessária melhoria das condições materiais e salariais do professor e do conhecimento das disciplinas a serem lecionadas. Ensinar exige técnicas específicas. Para tornar as aulas mais atrativas e eficazes, cumpre levar aos docentes os métodos necessários à transmissão de conteúdos e à motivação dos estudantes.
O conhecimento teórico é imprescindível, observa Doug Lemov, especialista em métodos de ensino, entrevistado nesta semana pela Folha. "Mas só isso não faz de alguém um bom professor."
Experts em educação têm constatado a fragilidade da formação técnica dos docentes brasileiros. Competências como a forma de apresentação dos assuntos, a gestão do tempo ou o estabelecimento de vínculos com os alunos não são treinadas e desenvolvidas, em cursos de formação de professores, tanto quanto seria desejável.
Em São Paulo, a recente adoção de apostilas, que uniformizam o conteúdo a ser ministrado em cada aula, contribuiu para melhorar o desempenho dos alunos na prova nacional de avaliação do ensino fundamental.
Uniformização semelhante dos métodos de ensino e melhor treinamento dos professores são também recomendáveis para elevar a qualidade do ensino.
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