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domingo, 28 de abril de 2013

SUB-IR




Percebi que no DES-SER
É possível SUB-IR
Por caminhos novos

Nem sempre desci plano
Nem sempre subi alto

Mas sobretudo deixe-me de ser
Para sobre ir ao além
De onde imaginava...

Não fui só.
Não vou só

Nem só estou

Nessa passada
Entre altos e baixos;
Pentagramas vívidos

Sons SONoroS
Oro oro oro

andreiACunha










terça-feira, 16 de abril de 2013

DES-SER





Esvaziei-me para dar brecha a outros tantos que precisam se mostrar; que quero em algum momento ser tendo a noção certa de não me pertencer.

Quero ter o prazer de me expor vazio de mim enquanto tento ser plena de outro. Se impossível, deixarei que as águas se sobreponham e se misturem na interminável foz de minhas vozes roucas e loucas por jamais serem uníssonas.

Não me deitarei no mar para morrer na praia. Serei onda, corrente marítima, oceano no gota-a-gota tendo a noção (mesmo que vaga) da inexistência do real no irreal de minha surrealidade em tentar des-ser (seria isso um descer?)

andreiACunha







PERMANECIDA




Éramos nós. Ela e eu ali dentro do elevador. Adentrei, mas não a percebi em seu canto quieta e irresoluta. Talvez pensasse sobre como seria seu dia e o que faria caso viesse a descer no térreo. 

Quando a percebi, estava no lado oposto e a primeira vista me assustei somente depois a considerei meio que humana em seu estado mosca de ser.

Poderia estar meio tonta pelos inseticidas, não ficaria assim parada em seu estado normal. Suas patas abertas como que colada as paredes, fixa em sua imobilidade enquanto meus pensamentos estúpidos ‘em inseto-cida’ mergulhava nos aéreos líquidos do imaginar vida racional do outro lado do elevador.

Desci no térreo. É assim que manda a lógica humana: tudo o que sobe desce e vice-versa. Se estava nas alturas, descer era o normal. O hábito. O correto. O lógico. Ela ali permanecida. Ficou. Talvez o seu andar já fosse outro.

andreiACunha





domingo, 7 de abril de 2013

HORA AÇÃO COM PAIXÃO



Eis a incerteza do poeta, 
nunca se ser, 
nunca se ter em definir; 
despossuir.

andreiacunha

No andar de cima
Andares acima
Das nuvens

Andarei por sobre
Através
Serei rei
Irei por onde os caminhos
Me levam

Caminhos - carinhos
Vida em emoção
Cada passo
Fazendo parte
Desse andarilho
Horas em ação

Das indiferenças
Indiferente
Tudo i n ce rt e za s

Sou ar-água
Terra-fogo:
Molho-oceano

Com paixão

AC








PER FEIÇÃO




Foda-se o certo. Fo-
da-se o er-
rado

o caminho q-
ue escolhi
vai além dess-
as dico
tomias

o men-
ino passa
a rua se afa-
sta
em terra de-
scalça
meus pés o barro a-
massa

sou o v-
aso torto
obra-prima po-
rque única 
em sua imper-
feição

AC








sábado, 6 de abril de 2013

À AMIGA MARIA JOSÉ GOLDSCHMIDT



A noite inicia seu canto no vão da janela,
pego como em arremedo a fantasia negra
e os apitos da manhã coçam meus ouvidos.

O talvez é pior que o não neste tempo louco,
faz-me nada pensar e me denuncia às violetas:
sempre no cio! Vagabundas ao vento são elas.

Os cabelos seduzem como os vermes verdes
pousados na tela de um pintor renascentista
e a ausência das ondas levam o navegante.

Neste afago do ontem ao negror da noite
entranho no teu coração o barulho do é assim
e assim vamos morrendo um dia após doutro.


Maria José goldschmidt


NA CALMA VAGABUNDAGEM
MORNOS INSETOS VAGUEIAM
AO VENTO ANUNCIAM:
- A NOITE É CHEGADA
O CIO SEM SOMBRA SEMEIA A PAZ
SOBRE O SILÊNCIO VERDE DO CHÃO EM CARTAZ
NADA COMO ESSA BRISA
PARA DIZER QUE O INVERNO SE CUROU DO RESFRIADO
QUE O TEMPO PULSA EM ORVALHO
QUE O PULSO VESTIU O SAGRADO
MANTO LENTO DE VIDA
EM SEGMENTO
SEGUE
O VENTO

andreiACunha