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sábado, 31 de dezembro de 2011

CORRE COTIA



Sou criança
Sublime esperança
De sonho em dança
Na roda da inocente ciranda
Que receberá de lembrança
O lencinho no canto
Que chega ao fim:

"Corre cotia
Na casa da tia.
Corre cipó
Na casa da vó.
Lencinho da mão
Caiu no chão
Moça bonita do meu coração
Pode esperar
Que é pra já...
É um é dois e três
Vai..."

Andreia Cunha




FINS E RECOMEÇO



Recomeços nascem de fins. Pode ser de um fim inesperado, pode ser também de um com data marcada. Fora isso, no meio do percurso, há os fins que determinam os objetivos os quais pretendemos atingir em cada etapa.

Tempo de retrospectivas e balanço, de aplainar as ondas intempestivas e renascer para uma nova atitude. Óbvio fica que tudo depende de como se interpreta essa jornada temporal e do quanto estamos envolvidos para atingir tais metas.

Finais de ano me causam nostalgia, ansiedade e perspectivas. Uma mistura de sensações e recordações que por vezes gostaria de não lembrar. Desde pequena, sou assim. Prefiro os renovos sem data marcada. As intempéries momentâneas que causam o prazer não determinado por horas, minutos e segundos.

Por isso guardo em mim o gosto pela novidade que virá com uma nova idade de crescimento natural sem estipulações ou sorrisos com hora marcada. Que este último dia de 2011 seja mais um dia comum e principalmente daqueles que guardamos como o melhor dia por algum motivo em especial – não por ser o fim de um ano, mas, sobretudo por ser o início de algo idealizado a qual tanto esperávamos.

Grande beijo a todos os meus seguidores com meus votos e a vontade imensa de continuar partilhando meu ser em forma de palavras com todos aqueles que por este espaço se interessam.

Andreia Cunha









sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

FLOR AMARELA, CASACO DE LIZ


- Protejo do frio, protejo do mundo. Sou infantil e meu amor é amarelo.

Toda vez que visto o casaco amarelo dizem que ele é belo.
Entretanto me sinto triste e sufocada, como se estivesse amarrada
E nem pudesse falar.
Minha vontade não é respeitada,
Pois quero tirar e voltar a brincar
No meu quarto aprendiz.
Lá não tem espanto, lá faço meu canto eterno e feliz.
Quem dera pudesse sentir
A vida sem esse casaco
E também transformá-lo
Numa bela flor de Liz...
‘FLIZ’

Andreia Cunha






ARGUMENTOS EM ESPIRAL



Gostamos de ser iludidos e nos deixamos ser oras conscientes oras inconscientes. Em vida, são nossos olhos os órgãos de maior probabilidade aos enganos. As ilusões de ótica são exemplos, por vezes, brincadeiras que nos evidenciam a verdade do nosso enxergar antes imperceptível. Tão matreiro que nos causam conclusões irreais pautadas em falsos movimentos, imagens que se desfiguram e se metamorfoseiam em outras sem percebermos a mágica da mudança e de olhos abertos.

Mas não falo só do que vemos, os olhos são portas de entrada para a alma, portanto sujeitos, maiormente a bombardeios de subliminaridades. A morte também é uma ilusão tanto para quem morre quanto para nós, que continuamos a jornada até o fim idêntico ao do passante que jaz num caixão.

Incrível pensar dessa forma, alguém pode interpelar. Aquele que morreu, morreu, tanto é que não se mexe, não há o sopro que antes o animava. Justamente por isso existem as distorções do que o ser praticou e do que fica na mente coletiva. As ilusões permeiam o cérebro humano a todo o momento.

A morte redime os pecados dos transgressores, se ricos e políticos transformam-se em santos sempre praticantes do bem por mais que o passado histórico demonstre o contrário. O mal fica apagado pela piedade da angústia que causa a finitude corpórea e hipocritamente pelos bens que antes o ente possuiu.

Até mesmo nos períodos antigos retratados pela bíblia vemos tal comportamento. Os sacrifícios de animais que vertendo sangue inocente serviam para apagar os pecados dos homens que se julgavam libertos com tal ato.

Sinceramente, se fosse comigo eu me sentiria mais e mais culpada por meus atos caso tivesse que sacrificar outro ser (considerado inferior por ser animal) para a suposta redenção dos meus erros cometidos. Mas o pior em minha opinião é saber que dependendo da situação financeira do pecador o animal poderia ser maior e mais caro. O perdão para um pecado maior era um animal igualmente maior e mais caro com pagas ao sacerdote que praticou e participou do ritual.

Tentar libertar-se dos atos errôneos continua sendo atitude praticada pelo homem culpando sempre o sobrenatural, a morte, a vida, o próximo, o destino... 

Raramente estes percebem que a maior lei divina é o retorno, independendo de ilusões em sacrifícios, montanhas de dinheiro ou de nossos sentidos falhos e, conseqüentemente injustos, mesmo que se queira praticar a justiça.

Continuamos a saga de nos iludirmos e nos deixarmos iludir como meio de sobrevivência até que a morte nos separe dessa condição carnal e ilusória.

E então como termina essa postagem? Digo: não termina há assuntos que não pedem um fim em círculo. São eternas espirais que se encaminham para o infinito de argumentos. São partituras inacabadas que quando chegam ao suposto fim precisam ser retocadas para serem sempre revistas, revisadas e aprimoradas. Serão os eternos calcanhares de Aquiles intocados pelas águas puras que nos transformariam plenamente em deuses ou semideuses livres da mortalidade predestinada aos homens enquanto criaturas criadas por um ser superior.

Andreia Cunha















ÁGUA DERRAMADA


A busca cessou?
O encanto brilhou e passou sem que eu o notasse?
Onde estive por todo esse tempo
Para que esse prazer das mãos escorregasse?


Agora no pó tento pegar o que a terra sugou
Meus olhos embotados de lágrimas
Regam o chão com água guardada nos olhos
Que levava em mim livre de poses e formas




Fato é que a água em mim estava reservada nessa forma receptáculo que sou. Hoje sei que apesar de todos meus sonhos ela não era livre como eu almejava. Ao perder o ansioso momento e todo aquele desejo, aprendi a sorrir e a também chorar .A água em mim se libertou e encontrou seu curso leito de um eterno movimento. Ciclo da vida, ciclo da morte

Andreia Cunha








quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

NO MEIO DE "REDEMUNHO"




Tudo na vida é um convite para atrelarmos nossa alma ao bem que nos guiará a suprema evolução. O ritmo de nossas passadas é determinado por nossas ações. Podemos até correr, entretanto se nesse percurso não aprendermos e principalmente apreendermos os gostos proporcionados pelo caminho, teremos de vivenciá-lo novamente. Se também formos muito vagarosos adiando por preguiça ou mesmo pelas tentações da jornada, nos entregando a falsos deleites e conseqüentemente ao mal, também teremos uma cota de débito a ser saldada no depois.

Não sou mestra em conselhos nem quero que essa postagem soe como uma receita. Aliás, não acredito em receitas para a vida. Tudo nela é a olho, na base do improviso, por isso, o sabor inigualável.
Porém queimar etapas somente pela euforia de resolver com palavras, gestos ou atitudes precipitadas os problemas que exigem amadurecimento do tempo só nos levarão a desgastes desnecessários. O homem se julga diferente por pensar e por meio do raciocínio decidir quais as melhores opções. Por vezes, esse presente é deixado de lado ou pior, utilizado para atividades escusas e mesquinhas.

Que não sejamos hipócritas em depois, quando tudo não ocorrer como o planejado, não colocarmos a culpa em Deus ou no Diabo. Pois estes na verdade se encontram bem guardados em nosso ser. É em nosso âmago que eles acordam e adormecem todos os dias.

Andreia Cunha