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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

GATO CIGANO





Seus olhos iluminados na noite densa
Me fazem viver a dança, a crença
Supersticiosa magia a tua
Encanto
Independência
Pura incidência
Dessa luz
Com a minha
Estamos no mesmo altar
Festa luto alegoria
Meus olhos encontram os teus
No baila vida
No fim o tempo mia


andreiACunha






quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

CRIO E CREIO


O nascimento e a morte da criação se supõe na arte como meros requisitos reguladores da verdade tanto e mais do que ambiciona ser a ciência e a religião.

AC



Apaixonei-me. Eu, o criador; ela, a criatura - feita por minhas mãos e pensamentos. Como poderia isso acontecer se eu sou real e ela apenas uma ideia pertencente a mim?

Não sei. Apenas distingo como verdade que minhas dúvidas existem e, consequentemente temo que uma hora elas sejam mais reais do que eu, enquanto autor.

Despertenço-me ou nunca me pertenci? Meu medo é o de que a criatura por quem me apaixonei e coloquei no mundo dos mortais seja maior que este ser que agora sou.

E como é complexo... Sou esse todo, um bolo linguístico, que não se consegue destrinchar.Sinto que me perdi e já faz tempo, antes mesmo de iniciar essa escrita maluca e linda que escorre pelos dedos do alguém que também me cria.

Cria e pelo jeito crê que posso ser autônomo da criação que me julga conceber , não mais creio mas tento recriar-me dentro dessa insanidade. No entanto, penso que na verdade tudo pode é estar do avesso e ao contrário e o medo se inverteu de céu a poço e vivo para dar sentido ao insensato.

Nada é mais nítido do que a incerteza e a volubilidade da vida pincelada em vermelho na mente que delineia um belo  pôr de sol.

Não restou e persisto no presente- não resta - o absoluto de normas e regras. Sou esse ser que se dilui nas cores aguadas da paleta que igualmente reflete o mundo em espelhos infinitos e microlésimos até se perder no ponto do infinito.

Sinto que sou o ponto e o contraponto desse agir verbal mal acabado. Nascido no mato das palavras - língua viva que me lambe como mãe a me dar banho.

Meu destino não é diferente do que todos um dia encararão. Ela me aguarda. Parece feia, mas é bela e gloriosa a medida que dela me aproximo.

E eis que ela aqui se realiza.

andreiACunha