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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

PERFUME



O perfume era ela. Mal sabia que o que procurava estava entranhado em sua pele exalando para o mundo a todo o momento.

Era sua pele e não o conteúdo do frasco que a faziam espalhar o suave cheiro de seu corpo para o mundo. Mesmo que não quisesse estava impregnado como benção e também  maldição ali naquele tempo e espaço que era a sua existência material pairando sobre o mundo.

Era o corpo, a aura expandida e seu mental que tornavam o milagre acontecer de tempos em tempos. Olhavam-na como ser de outro mundo. No entanto, seu mundo era único embora universal para quem o buscasse. Sua peculiaridade assustava, mas precisava dela para sua evolução.

Nada químico ou mistura poderiam imitar aquela fragrância.  A particularidade provinha da experiência vivida no sensorial e no extrassensorial.  Como explicar o óbvio para pessoas que veem, mas estão cegas, ouvem, mas não escutam, sentem, mas estão anestesiadas de todos os sentidos desconhecendo o potencial ilusório e igualmente verdadeiro dessas armas e virtudes?

Pairava no ilusório do ilusionismo para os que tentavam buscar a cura para a mágica magia da vida. Faltava entender que a mágica era encontrada como tesouro de sentimentos em potes esvaziados, experimentados como condimento do prato final a ser servido. É no final que tudo se concretiza e realiza sentidos: insignificâncias e insignificados.

É na morte que a vida ganha novos ares. E cada mudança, uma morte e vice-versa. Não se morre, apenas se transforma em outra forma que se desenforma na suposta informação da verdade recoberta pelos véus das inúmeras dançarinas que nos conduzem para frente.

A frente é o que se determina no olhar com o corpo empostado numa direção. Cada qual com sua frente. Enquanto o perfume da alma for cuidado não há riscos dos frascos caírem na lama.
Era esse o segredo dela. O perfume era do impulso do pulso das veias e artérias.


andreiACunha



sábado, 15 de fevereiro de 2014

PALAVRAS À PRESTAÇÃO - DESERVIÇO DO MR FACE



Agora só vendo palavras à prestação.
Chega de comunicação plena.
Esse é meu protesto...
Prestação é prestatenção

Pretexto de pré teste em pró texto que
Só presta pração
É no sadio são que se perde a desrazão de ser santo
San tan tão.
Tão tação tem pré são
Pré ção

iACu

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

INTEGRITENTE

INTEGRITENTE
Ou de como a chuva molhou minha alma


O corpo se entrega ao solo
De alma carente
No colo da terra
à chuva vertente.

Ausente do ente
Mas plena do mundo
Invoca a semente
O líquido do útero

O alimento pro fruto
Vem do abrupto

Dilúi palavras em pensamentos
Palavra-corpo-brotamento...

andreiACunha







terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

ESTRANHAS ENTRANHAS


Decalco-me na busca dos Eus
Sou deserto árido no absurdo
da insignificância dos insignificados.
Sou fonte que se bebe  e se consome
Raiz de água em escaldos de areia
Conhecimento e fome
sempre contradição
na dicção das procuras
que cura loucura, murmura,
na rua a lua do momento
esquecimento.

andreiACunha



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

UNIDADE SINTÉTICA

 
DESABROCHA A LETRA
DESENROSCA A PALAVRA-SEMENTE
DESEMBOCA O RIO
DESENROLA O LEITO-PENSAMENTO
 
A FRONHA DA VIDA EM SONHO VIVO
SEGUE NOS OLHOS-PARAPEITO
NUM BOCEJO DESATENTO
 
DESDOBRO NO ÓCIO O SI EM MI(M),
NO SOM ALHEIO DO ESPELHO-CRIAÇÃO
ACONTECE A CONSTANTE MUTAÇÃO
 
andreiACunha