Powered By Blogger

domingo, 7 de agosto de 2011

DIAGNÓSTICO: PAIXÃO HIPNÓTICA



Quando menino gostava de coisas diferentes como observar a vida das formigas e seu carregar de folha em caminhos determinados e constantes. Distraí-se com  a natureza. Atualmente, não saberia dizer se aquela atitude era uma paixão pelo simples fato de olhar o que proporcionava altas histórias em sua mente ativa ou simples curiosidade de moleque.


Crescera e suas paixões agora eram outras. Continuava observador tanto quanto nos tempos de criança. Analisava a atitude dos apaixonados e achava aquele sentir, apegado e enlouquecido da queima de hormônios adolescentes como um estado hipnótico. Tanto um quanto o outro viviam um transe na qual ambos tinham a sedução como poder de se encantar mutuamente. Deveria ser bom senti-la. 

Era tímido e por isso suas paixõezinhas permaneciam mais no âmbito platônico. Amava em segredo mesmo que as meninas o achassem bonito e algumas até o atacassem. Correspondia mas nunca se sentira como alguns colegas: entregues entre crises de amor e ciúmes.


Talvez fosse mais resistente à hipnose do amor. Mas viver é algo que exige fatalmente passar pelos sentires diversos e na mesma proporção em que julgava o comportamento dos apaixonados ao redor, começou a perceber que alguém o convidava para o transe, não esperava que pudesse ser tocado pelo destino tão cedo. Ela o notara primeiro e aos poucos com as façanhas femininas ele igualmente passou a percebê-la .


A partir dessas descobertas, passou a não dormir direito, a ter falta de concentração e uma vontade boba de pensar nela, no que poderia estar fazendo mesmo que ele estivesse entre amigos nos momentos de descontração.Sabia que se tudo ocorresse numa aproximação, o próximo hipnotizado seria ele (e esperava que ela também).


Haveria um show de mágica na escola e ambos sondaram um ao outro por intermédio dos amigos cientes do interesse para criarem uma oportunidade em clima de romance.
Tudo daria certo. Ela iria, ele também. A ansiedade era imensa, o gelar das mãos a palpitação e tudo o mais que uma paixão proporciona na visão dos interessados. 


O mágico era um mestre na área embora considerado um ser estranho e cheio de mistérios. Alguns o achavam uma espécie de anjo, outros viam em sua arte uma prefiguração do mal. O fato é que era um tremendo ilusionista e até na arte de adentrar provocava delírios, pois parecia surgir do nada feito sombra.


Numa das apresentações precisaria de dois voluntários, de preferência um garoto e uma garota. Os amigos não iriam deixar passar essa oportunidade e tanto as meninas a favor da amiga quanto os meninos a favor do amigo incitaram o encontro em meio de uma platéia repleta e curiosa. A bem dizer, foram lançados como cristãos à cova dos leões. 


Mas o medo não era do que poderia acontecer na apresentação, mas sim pela oportunidade de estarem próximos ainda mais em público. O objetivo do mágico era hipnotizar ambos e fazê-los sumir para o lugar que o ilusionista determinasse. Dava dó, tremiam e os olhares mal se cruzavam, mas se via algo tão belo no sentimento de ambos. A mágica foi feita o público aplaudiu grandemente, mas pelo que se sabe a hipnose não pôde ser desfeita, pois esta continua firme e forte visto que os dois permanecem ainda o sonho em cores vivas que só mesmo a paixão pode proporcionar. Basta saber até quando. Ou quando até...


Andreia Cunha









Nenhum comentário:

Postar um comentário