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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A PRESSA DO EU




Viver sob constante pressão, como se tudo fosse para o ontem e com isso manter a mente num constante desgaste de energia em comunicação dos neurônios é meio caminho andado para produzir um efeito de caqnsaço no corpo: seja este físico, incluindo o mental, e espiritual. Por essas cobranças infinitas no âmbito do lar, do trabalho ou do eu consigo mesmo; a tendência é nos colocarmos num nível de tensão como se fôssemos cordas retesadas de um instrumento musical além dos limites colaborando para o rompimento.


Dessas atitudes é que provêm inúmeros males que tentamos remediar com drogas que mascaram a real situação a qual nosso corpo se encontra. Não estou dizendo com isso que sou contra remédios. Muito pelo contrário, devemos usá-los sim quando prescritos pelos médicos, entretanto não podemos perder o sensor ou o termômetro de analisar como a máquina que nos sustém em pé está reagindo a tudo isso. Quantas vezes me percebia caminhando feito uma louca em ritmo alucinado para chegar no minuto proposto do encontro previamente estipulado. Não percebia que pelo fato de já estar atrasada o minuto perdido não retornaria mais: já estava atrasada e nada mais poderia modificar esse fato mesmo que voasse como um supersônico.


Quantas vezes a mente se agita com situações futuras as quais queremos controlar. Somos sabotados pelos pensares, pois o que temos controle pelo menos aparente é do momento presente: tão fugaz quanto um relâmpago. Conjecturar o futuro criando planos A,B,C e D(s) pode se tornar um exagero na qual estamos nos consumindo em estresses e ansiedades desnecessários. Há tantos imprevistos, de tantas ordens que seria insano de nossa parte criar várias possibilidades de ação para cada imprevisibilidade.


Tudo depende de uma palavra que está em baixa: ORGANIZAÇÃO. Organizar requer praticidade e também um tanto de ócio e atualmente ninguém está muito disposto a dispensar uma parte do seu tempo para o que consideram perda de oportunidades. Como se tivéssemos condições de abarcar tudo o que por nós passa. Não somos esponjas para absorver o tudo o que nos cerca. Nem diria quem dera pudéssemos ser esponjas. Pois reconheço essa atitude como loucura.
Nessa condição o ideal é percebermos nossa vulnerabilidade em relação ao tempo que temos: quanto dele podemos dispensar para as atividades exteriores e também  quanto dele podemos dispensar para lidarmos conosco mesmos nessa arte única que é o viver o agora.


Andreia Cunha


Temos tanta pressa de fazer algo, escrever, amontoar bens e deixar ouvir a nossa voz no silêncio enganador da eternidade que esquecemos a única coisa em relação à qual as outras não são mais do que meras partes: viver.

Robert Stevenson
















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