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domingo, 21 de agosto de 2011

EDUCAÇÃO COMO PERCEPÇÃO DE SI E DO MUNDO



O que de mais belo pode haver na natureza? A meu ver é a liberdade expressa pelo vôo nas asas de um pássaro. Quando vejo uma bela ave livre sinto-me igualmente livre com ela. Gostaria de estar em seu lugar e sentir a força do ar e a visão do alto.

Da mesma forma que me sinto mal ao ver um pássaro preso. A sutileza de ter asas e não poder utilizá-las pelo puro egoísmo humano é inaceitável. Imagino que todo o canto que possa vir do animal ali dentro seja de dor e angústia por saber que algo não deveria ser do jeito que está.

Ver o mundo por grades como se o universo tivesse riscos separatórios é de uma crueldade imensa. Minha vontade era a de colocar o ser que faz isso igualmente dentro de uma gaiola a base de um ou dois poleirinhos para sentir na própria pele como é estar no lugar do outro. Mesmo que esse outro seja um animal (o que para mim não representa diferença alguma).

Tolher a liberdade do próximo é anulá-lo numa condição de escravo mesmo que este não saiba que está sendo escravizado. Minha comparação a primeira vista parece infantil por citar pássaros e vôos a céu aberto, mas o que dizer das gaiolas invisíveis as quais estamos sujeitos pelos diversos segmentos da sociedade?
Sejam estes expressos pela mídia, pela debilitante educação pública, pela propaganda manipulatória, pelo mundo viciante e exaustivo do trabalho, pelas cobranças alheias que acabam afetando até o nosso relacionamento conosco mesmos?

O pior é a debilitante situação da educação. A falta desta mutila o ser para a vida inteira. Não digo da falta de educação acadêmica somente. Afinal conhecer um pouco da história de cada disciplina e o quanto cada uma colabora para entendermos o mundo é demasiado importante. Entretanto na medida em que nada disso é passado, o ser aprendiz também não faz a conexão da educação para a vida e para o universo espiritual – o melhorar-se enquanto ser físico e psicológico.

Infelizmente, na concepção hiper materialista do neoliberalismo, merece ter o melhor pedaço do bolo quem tem competência para adquirir dinheiro mesmo que seja na base do roubo, do engano e da injustiça.
E isso nos conduz, enquanto maioria, a um estado caótico na qual não sabemos nem distinguir o quão mecanizados e doentes nos tornamos na medida em que nos anestesiamos para os sentidos que nos são inerentes como meio de percepção do mundo a qual estamos todos inseridos.

Andreia Cunha













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