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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

APLAUSOS SONHOS ESPERANÇAS AGRADECIMENTOS



































domingo, 30 de dezembro de 2012

FLAMA FLAMBADINHA




Quando olhares o fogo, lembra-te de mim
Que ansiei ser consumida de amor em tuas chamas
E, por fim, na tentativa de chamares
Eu não mais te vi

Lembra-te de mim, quando a brasa ainda acesa
Chamuscar o último pedaço de madeira
E por fim no intenso atiço ali morrer
Em descuido de aceso o reter.

Quando lembrares de mim
Verás uma chama, fogo vivo imensa flama
Consumindo a estrela que olhares lá no céu

Não, não morrerei amado meu
Serei a faísca
a fagulha que rabisca
o meu nome junto ao teu.

andreiACunha








INQUIETAR PALAVRAS




Meu objetivo? Inquietar as palavras. Adentrar seus multiversos

Não deixá-las imóveis no limbo da irracionalidade oras como rainhas donas da verdade, oras como farrapos esquecidos de tecidos esgarçados.

Agitar as palavras é tarefa para poetas, pois são eles que as tiram do adormecimento mortal e as tornam objetos mais que meras letras unidas. Com isso abre brechas para a reflexão. Lê-se ou ouve-se: morador de rua, vê-se e questiona-se: morador de rua? Isso existe?

Mais do que atrelar a palavra à realidade é trazê-la à tona, colocando-a em evidência desdobrando-a até sua nudez juntamente com seu real sentido. E quais seriam estes? Evidenciar ou camuflar nossa ínfima condição humana, nossos medos, nossos terrores, nossos amores e porque não ousar em falar no nosso âmago – os instintos tão falados e desconhecidos como feras entranhadas no redemoinho de nosso ser.

Sim Deus e o Diabo entrelaçados no redemoinho, não na rua, mas nas esquinas de nossa alma. É lá que eles habitam e muitos de nós tentam negá-los apenas iludindo-se nas capas de santidade.

Negar a existência dual camuflando o mal que nos habita não nos fará melhores e muito menos sábios. Daí o comover as palavras, para também comover os seres. Agitar o homem em suas convicções, convidá-lo a um instante de instabilidade e ondulação de chãos para sentir o sabor das mudanças das metamorfoses sem as quais não chegaremos a outras e melhores condições.

Se sou poeta? Não, não sou. Ouso ser e nessa ousadia tento-me como em  tentação de criança para apanhar o doce escondido antes do almoço. Tento na medida infinita do meu tentar e isso é mais do que pode acampar a vontade em meu ser, esse que por ilusão sustentamos agora com essa aparência.

O mesmo sucede à palavra. Assim como somos a aparência desse corpo que carregamos, as palavras também de acordo com nosso agir e pensar. No entanto, o que vemos atualmente é uma tremenda tentativa de adormecimento mental para esse universo rico e transformador que se prefigura em nossas bocas por meio de palavras.

Somos representados nelas quando abrimos nosso pensar pela boca, somos descobertos mesmo tentando nos acobertar ainda assim com elas. Somos portanto mais que reflexos das mesmas, somos o substantivo e também o verbo SER que fazem delas existências e permanências bem como mudanças as quais adiamos pelo mal uso e fatalmente pelo desconhecimento desse universo mágico, lógico e igualmente lúdico.

Palavras, sejam bem-vindas ao universo da inquietação.

andreiACunha