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terça-feira, 1 de novembro de 2016

RE-PARTO




Endianheceu. Após longo período sentiu-se clareando para a vida. Percebeu que algo em si precisava de nova muda. A muda das mudanças. A voz antes presa precisava agarrar a vez que em rio passava em oportunidade. E desta não perderia. Poderia ser bem a última.

Outrora, ficaria entre olhares notívagos de coruja ou jacaré entre longos descansos de alimentação regurgitando a vida, ruminando pensamentos paralíticos. Ação mesmo sem luzes e câmeras era sua reação para o mundo que de si brotava.

O musguinho tomou forma enverdeceu-se e encheu-se de vida para realizar a fotossíntese e quebrar as regras no sair andando. Sim, seria planta viva e ambulante, mostraria seu enverdejar primaveril à espera do verão, embora sua idade estivesse mais para o outono. 

Isso, na verdade, pouco importava. Era o dentro que sentia e isso lhe bastava como meio de sentir as sensações e viver os sentimentos.
A amarelice empalidecida e empoeirada entre nuvens de fumaça dos veículos da estrada sempre ativos e velozes não mais a deixariam semimorta a espera da vida que ansiava em espera inútil de início não findo.

Era nesse sentido que galgava os primeiros passos. As passadas trôpegas envoltas no passado mental que embaúzava deveria ser trocado de tempos em tempos e isso não fazia há tempos.
Tudo lhe era recomeço revida vivida advinda do primeiro musgo que seguiu brotando no de dentro de si. 

As portas de si eram tocas desfechaduras semiabertas para o mundo que como leito rio deixaria se fluir como aquário quebrado só que dentro do oceano.

As antes redomas teriam um espaço maior, pois sabia que liberdade tinha limites embora essa palavra não combinasse com a primeira. Os pesados pesadelos teriam outros meios de ser sonhos ao desencapusarem-se dos medos. Tudo depende do ângulo e sua abertura era para 180.

Ansiava chegar às formas espiraladas em direção a eternidade fibonaccica para cumprir a noção de que cada um é um universo repleto de tantos multiversos. Percebera o quanto de seus momentos de avesso eram significativos para esse ressurgir de alma viva.

O tudo que lhe prendia não deixava de existir e não eram imensos, pois foi ela que cresceu. Seus olhos acompanharam enfim o corpo e não mais viam no que antes era sua altura de menina. Deixara a mão que lhe apoiava e isso era o tanto de vida precisada.

Os múltiplos versos de si eram poesia abstrata na concretude de sua existência líquida e aérea. Enfim,unia-se ao mundo pelas várias portas entre frentes, lateriais e fundos... tomaria os espaços que lhe pertenciam, pois crescia como massa que descansa no fermento e ainda assim age no senso da evolutivo da criação.

Deglutira-se provara-se e sabia que cada dia era um gosto novo. Ansiava mesmo era a dúvida das incertezas plenas de corpos semivazios e semicheios de não saber como explicar mas ainda assim tentar na tentação de que cada ato merece um desato de nós e a voz lhe era sua vez.

E era isso o que o ela de fora esperava.
Após um leve tapa. Floriu o rio em riso dos olhos entre o plasma impregnado no corpo frágil que renascia. Chorar foi seu primeiro ato no fora, de fora.


andreiACunha