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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

VEIO


- Você veio!!!!!!

Nesse momento, um veio se abria no coração bombeando forte nas ondas sístole-diástole a vida pelas veias.

O eu, um tudo nada, não sabia o que fazer; aliás mal sabia o que sentir nem realmente o que antes era.

Deveras preferiria a vida e também a morte por estar demonstrando sua insegurança na exclamação que acabara de lhe escapar dos lábios

O alguém responde:

- Eu vinho

andreiACunha



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

PENSO PENSADO PENSANDO



Penso (adj): Colocado de maneira inclinada; pendido ou inclinado. 
Disposto desajeitadamente; colocado de mau jeito. (pendido).


Quando retraio os pensamentos eu traio a mim mesma, primeiro porque desejo e segundo porque nego o que antes senti.

Retrair-se, nesse caso, é culpar-se por pensar expandir e depois, por medo, recolher-se a um estado menor que o anterior do pensamento primordial.

Pensar-se é,pois, pôr penso, suspender-se mesmo que desajeitadamente numa tentativa de organização das ideias para a ação no mundo presente.

Pensa-se no passado, pensa-se no futuro, mas o presente pensado tão passado já é pelo simples fato de não mais ser. 

Não há porque se retrair com o peso da repetição se o antes já foi o que virá será de acordo com o que fizermos no agora, embora fugaz e desmensurável na pequenez de nossas mãos.

Pensar-se é uma das formas de sair por cima desse labirinto que nos habita.


andreiACunha




terça-feira, 8 de outubro de 2013

PONTO DE FUGA



‘O verso é a forma ótica do pensamento’ Victor Hugo
‘O poema é um desenho animado’ Cassiano Ricardo
‘Imaginar não é no fundo senão lembrar-se’ Jorge Luís Borges

Era em água que escrevia
Em ondas propagadas diluídas
O que a própria apagava

Não era da memória a propaganda
Antes tempo em justo esquecimento
O que ela construía
E o Tudo desfaria

É, pois, no sumiço que o recado
De tão importante nada
Mais era um nadar nas ondas vagas

Iluminadas pela luz do sol
Luminosas pela prata da lua


andreiACunha






segunda-feira, 7 de outubro de 2013

FUSÃO



O teu canto em pranto 
na amada lira 
me consome a fome 
e constrói a vida

Na armadura nua 
de alma cristalina 
me clareia a lua 
que segue sua lida

Um desejo insano 
me provoca e cria 
e sento na rua 
e durmo na pia

Deito em teu leito 
com entusiasmo 
como em teu peito 
longe do marasmo

Sou senhor do norte 
que foge da morte, 
mas que sabe o tino 
que tem seu destino

Essa é minha sorte 
e tua alegria 
porque te partilhas 
nessa alegoria


andreiACunha