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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

TUA AUSÊNCIA É MINHA AUSÊNCIA



LENDO AS PALAVRAS EM NEGRITO SEPARADAMENTE TERÁS UMA BELA POESIA.

Tua ausência é minha ausência...A ausência de mim que em mim bate...
Tento manter-me firme sem cair, pois tudo ao meu redor parece girar como se dançasse uma valsa estonteante...Com um som muito elevado...Tento pôr as idéias em ordem para me manter em equilíbrio...O equilíbrio de morte sepulcral que em mim silencia, no entanto tudo é aflição e sombrio...Similar a uma caverna onde a luz demora a aparecer e se tem a sensação de uma luta com o escuro...Quanto mais você tenta abrir os olhos mais você nada enxerga...É como se para sair disso; tivéssemos que abrir os olhos...Mas, com certeza, só isso não basta, pois a escuridão se prolonga além do abrir e fechar de olhos...

Quero flutuar nessa escuridão e poder sair dessa ilesa...Porém não sei o que tem adiante...Não sei o que esperar do próximo passo...Só sei que sinto um desespero de matar e morrer de medo...Um vazio de portas abertas e um completo desconhecido a cada passo lento e tateado na parede úmida e gélida desta caverna...O que fazer...Se gritar como resposta tenho meu eco o que de mim em mim me causa paúra...
Tenho a sens...Ação.............................................................RESGATAR!......................................................................................................................................

Resgatar o passado me causa tremores e calafrios...As carnes tremem como se um frio regelante comprimisse minhas veias...E o sangue estivesse à beira de ser congelado...O que fazer quando as zonas do inconsciente te levam por terras gélidas?
Por dentro, sopra um vento estranho...Misto de quente e frio ao mesmo tempo...Só sei que ele incomoda e queima mesmo que gelado...

As mãos não conseguem equilíbrio pra desempenhar o que lhes é ordenado...Escrever.Infinitamente...Em círculo?...Talvez esse seja o jeito de sair desse labirinto de palavras inditas...
Na verdade, não imaginava que doesse tanto o silêncio quanto uma enxurrada de palavras ocas...Remexer nesse baú sem fundo é como cair num buraco negro para um desconhecido que te responde somente com o eco de teu grito apavorante de horror pela queda infinita...

Cair infinitamente é doer infinitamente também...O tremor é apenas um evento dos demais que são inexplicáveis quanto os fins, em relação a tudo isso que estou sentindo na pele...As mãos gelam e os pés esquentam e suam ao mesmo tempo...Quero me estalar para suspender essa sensação...Mas o estalo não vem...Toca telefone...Toca campainha...Livra-me desta queda...
Meu amor de nada serve para mim mesma, agora...Toca telefone...Ufa! Enfim...

Mas é breve e fugaz...Porque aqui o tempo não existe de maneira cronológica...Relógio? Aqui é só um acessório gigante cujos ponteiros giram anti-horário decrescendo tal como uma viagem no tempo...Retorno ao futuro que não veio e nem sabemos se virá...Por isso, a insegurança pelas oposições das posições que tanto nos sustentam de pé...Cair é minha missão...Agora. É até engraçado de se falar: AGORA...Isso são coisas daquele passado que já foi a muito tempo, de uma realidade que ficou tão exterior quanto o universo negro que sabemos existir, mas que fica no secreto escondido pelo azul do céu; nossa atmosfera...

Cai e flutua...Deixa doer à queda eterna, mas aproveita, pois como tudo ela é ÚNICA...Não há quedas iguais, mesmo que seja a mesma pedra no mesmo local...Há sempre o novo quando se chega ao chão...Uma nova platéia de um teatro sem protagonistas...Pois o eu que se diz protagonista é um vazio que se revela em um tudo que nada sabe sobre si e por, ao mesmo tempo, nem saber que se é...Nem sabe que se existe!...

Quem se é? Quem somos diante desse mundo que chamamos de mundo real?...Nomeamos...Substantivamos...E nada nos pertence... Pra que nomear aquilo que eventualmente julgamos ser se este também não é?!...Não é nosso; não é nada...Se tudo aqui não existe além da miopia que nos cega a cada instante que tentamos corrigir a lente...Somos casa vazia de uma montanha planície que projeta um oceano de areia desértica que sopra ao sabor das ondas de nuvens que saboreiam nossa pele... Devaneio.

Arde em mim o medo desse som de uma partitura complexa e acidentada de fusas e semifusas que no fundo almejam o canto gregoriano uníssono ecoado em templos religiosos enormes...Que cheiro sai desse lugar? Cheiro de alma ensopada em lama divina formadora e lodosa?! Musgo verde limoso úmido e escorregadio...Aqui não se acorda, aliás, o que é aqui?
Não se pisa, flutua e retumba um tambor surdo, mas que a tudo ouve com ouvidos atentos dispersos pra eterna novidade de saber que o ser já não se é mais único...

Andreia Cunha
















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