Powered By Blogger

terça-feira, 13 de setembro de 2011

MENTE QUE DESMENTE



“Os homens
pensam que possuem uma mente,
mas é a mente que os possui.
Há pessoas que amam o poder,
e outras
que tem o poder de amar.”
Bob Marley

A mente deveria ser um receptáculo sagrado na qual deveríamos escolher com extremo cuidado o que mantemos nela e intitulamos como importante.

Entretanto, o que mais vemos são pessoas suscetíveis a comandos por meio de todo o tipo de influência na qual estamos cercados: visuais, auditivos, táteis, gustativos e afins.

Observo algumas propagandas e o quanto estas são capazes de criar e recriar Franksteins-consumistas embutindo conceitos das quais por vezes nem precisamos. 


Quantos, por exemplo, não foram seduzidos pelas antigas propagandas de cigarros?  Tal contexto já está pra lá de usado e analisado. Mas ainda temos as propagandas de carros cada vez mais cruéis e irreais.

Por mais que os comercias de cigarros estejam entre os obsoletos ainda temos toda essa geração envelhecendo e morrendo devido ao vício amplamente sedutor em imagens de aventuras que não condiziam com os verdadeiros efeitos do fumo.

Deixando os cigarros de lado e voltando ao ponto primordial desse texto. Considero que por vezes somos meros soldadinhos a mercê das vontades alheias dos que detém o poderio em dinheiro, mídia e governo – três grandes forças de controle social.

Nossas mentes são lavadas e relavadas para não pensarmos, tudo é muito líquido e flui com uma rapidez de wapp tentando retirar qualquer resquício de tentativa de pensamento a ponto de não haver mais terra fértil para o depósito da semente. A mente fértil se transforma em deserto, pois o líquido utilizado é ácido e, portanto corrosivo.

Nessa era de liquidez nada deve permanecer por longo tempo. É besteira a conservação, o cuidado com o antigo, passando dois anos o que se tem é imprestável e deve ser substituído e o pior é que tal conceito se estende aos relacionamentos, desde o mundo do trabalho ao familiar, na qual o idoso é visto como trapo para ficar no canto da casa ou repudiado em pontos de ônibus sujeitos a maus-tratos.  Leis em proteção aos idosos, em proteção às crianças são as tantas clausuras criadas para regular as atitudes daquilo que deveria ser por si só algo da capacidade humana de viver.

Se os tantos suscetíveis e adeptos da fluidez e volatilidade do consumo percebessem o quanto suas mentes estão ocas e rasas, talvez pudéssemos ter uma oportunidade de discutir tantos mascaramentos como verdades a que estamos sujeitos todos os dias, horas e minutos.

Talvez o grande erro esteja no imaginar que a mente é só e somente um receptáculo para se guardar e não necessariamente como disse uma vez Shakespeare:
“A mente é um fogo a ser aceso, não um vaso a preencher.”


Andreia Cunha










Nenhum comentário:

Postar um comentário