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domingo, 25 de setembro de 2011

A INCONSTÂNCIA DO VIVER



A vida é maravilhosa se não se tem medo dela.
Charles Chaplin

Nunca achei que viver era fácil, ainda mais quando se tem uma vida interior intensa e procura-se refletir sobre ela. Nesse ponto lembro-me de Fernando Pessoa: “... temos todos que vivemos uma vida que é vivida e outra vida que é pensada...”

Quem dera fosse fácil conciliar ambas de modo a não ter tantos conflitos... Quando se pensa ter um alívio, outros tantos se levantam e te deixam sem chão. Creio estar compreendendo mais intensamente o que Che dizia: “hay que endurecer-se...”

Não, não citei apenas o que me convém nesse momento, pois a ternura, esta jamais a perderei, os infortúnios e lamentos só se transformam em tropeços quando não garimpamos as pedras do caminho em busca das preciosidades escondidas.

Minha alma é de luta e está aprendendo isso na marra, nunca fui de armas, sempre fui despojada de objetos cortantes, mas minha carne, não permitirei que cortem, apesar de já ter sido machucada noutros tempos.
Sou persistente, demoro a aprender determinadas lições de vida, sinto por vezes os ciclos rodarem e rodopiarem aparentemente em um só ponto, porém uma hora chega o entendimento, a luz de uma pequena verdade, embora ilusória, como tudo o que temos por meio de nossos sentidos.

Por enquanto, o recurso é levantar-me, ajeitar-me novamente e esboçar novo passo que me guiará sempre para um bem maior, pois nada destruíra a luz que em mim está mesmo que fraquinha mediante os fortes ventos.

Em alguns momentos até gostaria de ser mais superficial, menos densa e profunda, ter olhar menos crítico, relevar as palavras cortantes. Entretanto, confesso minha incompetência, pois também sou feita delas. E quando estas são desferidas para meu choque, crio recursos como o o calar-se para não ser atingida. É apenas meu instrumento de defesa.

Mas meu foco não se volta para o passado. Aliás, este só existe mesmo no plano da memória. Portanto, o motivo dessa inconstante escrita a respeito desse período igualmente inconstante de vida é mostrar-me que o barco segue, a vida segue, a estrada continua, e nós temos de prosseguir com nossos meios mais eficientes no quesito segurança.

Afinal tudo são modos de se ver.

Andreia Cunha










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