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domingo, 4 de setembro de 2011

PARSILÉIA E OS GREGOS


A cena permaneceu para a posteridade graças à habilidade do retratista em escultura da Antiguidade. Cercada por dois gregos, Parsiléia ainda tentava lutar. Era amazona e isso justifica seu espírito saqueador e guerreiro. Entretanto, os homens que a rodeavam não estavam para gentilezas.

A guerra estava árdua e apesar de estarem em menor número, as mulheres não se renderiam facilmente ante a força masculina. Fato é que elas estavam sendo dominadas. Hestiodite já havia sido ferida no braço apesar de estar em seu cavalo. Agora era puxada pelo líder do grupo grego que fatalmente a arrastaria pelo chão.

A cena não é concluída apesar de demonstrar ação intensa e movimentos bruscos. O interessante é perceber o quanto o tempo foi gentil com as figuras femininas. Enquanto os gregos, hoje motivo de exposição em obra de arte, estão mutilados de pernas e braços. Parsiléia e Hestiodite estão com os corpos quase intactos apesar da cena não ter sua seqüência temporal concluída.

É notória a morte premente para elas no momento ocorrido em ações. Porém para nós hoje somente apreciadores o que fica são homens destituídos de partes importantes de seus corpos desferindo suas iras sobre essas mulheres que tiveram coragem de não desistir da luta nem que esta terminasse com os derramares de sangue em jorros de rios vermelhos.

Essas são as ironias das obras de arte. Artes Artísticas e também Arteiras.

Andreia Cunha










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