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sábado, 17 de setembro de 2011

ENVELHECER = RETORNAR À INFÂNCIA? OU AINDA...





Deve-se temer a velhice,
porque ela nunca vem só.
Bengalas são provas de idade
e não de prudência.
Platão

Trivial a comparação entre velhice e infância. Obviamente tal comparação se concretiza na tendência natural do fenecimento do corpo e na possibilidade de dependência maior a qual só acontece de modo ilusório nos períodos iniciais da vida de qualquer pessoa.

Entretanto, é possível mentalmente escolher como denominaremos essa fase. Parece à primeira vista absurdo que apenas uma opção considerada como a ideal do ponto de vista pessoal possa criar atitudes motivadoras na qual o ser encontrará ânimo para prosseguir sua jornada. Afinal, envelhecer é a fase de maior aproximação do que tanto tememos: a morte.

Tentar esconder tal fato é disfarçar ainda mais o que tanto mascaramos em atitudes e palavras como se o fim do corpo fosse somente uma remota possibilidade e não a grande certeza para qualquer ser-vivo.
Analisando por essa ótica, percebemos que o tema é em si deixado para último plano, abandonado entre os retalhos de nossas palavras e assuntos preferidos. O tema fica no quartinho da bagunça, quase nunca adentrado. E continuamos a ouvir e a falar frases do tipo ‘... Se eu morrer... ’

Há um despreparo físico, emocional e espiritual para encararmos determinadas verdades. Sim a morte é uma verdade. Os pensamentos de prolongamento da vida é que são meras ilusões, visto que paira no âmbito obscuro da incerteza e em estudos não concretizados.

De qualquer modo, a escolha verbal entre envelhecer ou retornar à infância é apenas um caminho para repensarmos o que realmente representa esta fase na evolução espiritual do homem. O que essa suposta dependência significa para o aprimoramento do ser necessitado quanto dos que ao redor podem e devem ajudar. E ficam as reticências como símbolo para a reflexão profunda sobre o tema...

O próprio viver é morrer,
porque não temos um dia a mais
na nossa vida que não tenhamos,
nisso, um dia a menos nela.
Fernando Pessoa

Andreia Cunha


















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