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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

INSIGNIFICÂNCIA DE PALAVRAS E ESPELHOS



'A LITERATURA É A EXPRESSÃO DA SOCIEDADE, 
ASSIM COMO A PALAVRA É A EXPRESSÃO DO HOMEM'.

LOUIS BONALD

A distância que me separa do meu eu é a mesma distância que me separa das palavras. À medida que da palavra me aproximo, sinto-me minha própria arquiteta dos enigmas que me compõe.

O que é para ser escrito em mim já está delineado. Quando o ato se concretiza torno-me cópia do que rascunhado fica mesmo que revisado e concluído em arte final.

Entretanto e Por isso,(ambas em maiúsculas propositalmente) a dúvida persiste, pois a palavra apenas reflete este eu que se esconde e aparece nos espelhos côncavos, convexos que enfim tentam captar uma simples imagem fixa e imóvel tendo-a como única, permanente e verdadeira.

O que escrito fica já não mais me é, já não mais me sou. A fluidez dessas mudanças é brusca e tentar definir-me é coisa de loucos visto que nunca terminarei em um só argumento.

Este tegumento é e pode servir para estudo por longas datas. Porém, a resposta está no oco, no vazio que fica pela falta de palavra e pela ausência de imagem que o espelho não consegue imortalizar.
A insignificância da palavra é a melhor expressão dos meus interiores.

Andreia Cunha









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