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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

CHUVA E SOL, CASAMENTO DE...



Uma rua como outra qualquer. Era essa a sensação ao olhar aquela foto. A luz nela resguardada parecia ser a de um fim de tarde alegre, daqueles que se tem vontade de olhar as lojas e deixar a vida passar.
A imagem impregnou-a de vontades, sonhos materiais e desejo de ter o que gastar. Em sua janela, via agora clarões e nuvens densas prontas para desabarem um temporal típico de verão.

Após um calorão, batia em seu corpo, próximo à janela, uma brisa úmida que contrastava com a cena contemplada pelos olhos em fotografia. Não que o real fosse indesejado. Uma chuvinha até que cairia bem, mesmo porque estava em casa e, não tendo como se molhar, seria um prazer ver a chuva da janela que dava com uma vista para um morro ainda repleto de natureza.

Chamava a atenção principalmente os raios. Transpôs a cena do dia alegre com a chegada do temporal. Percebeu que se estivesse naquele contexto de lojas, apanhar uma chuvinha seria algo refrescante e bem-vindo.

Viu-se com sacolas recheadas de sonhos e a chuva, um batismo pelo desejo consumado em aceitar aquela condição de consumo desenfreado para quem pode e gasta com o que quer sem se preocupar com o amanhã. Atitude talvez corriqueiramente normal para quem possui o bem e o gasta gostosamente como mal entende.

A luz de seu verdadeiro dia entre nuvens declarava a chegada da noite antecipadamente após os rumores dos trovões, entretanto ainda assim havia beleza nos exteriores da janela. Uma beleza inexplicável e também incomparável com o que sentia.

E era essa a beleza que mais a impactava e que mais a fazia viver com gosto, pois nem sempre na vida os fatos precisam ter exatas e claras explicações.

Andreia Cunha






Um comentário:

  1. Adorando observar seus voos pelas cores da sensualidade de forma sutil e deliciosa.

    Beijos com todo carinho amada Andréia.

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