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domingo, 6 de maio de 2012

PIPOCA PIPOCO




- Você é um... é um...

Não sabia o que falar apesar da raiva estar prestes a sair pela boca... Será que ela ainda conseguia ponderar sobre o que dizer mesmo com toda aquela situação lhe incomodando as veias?

Enfim, parou no 'é um'... O outro, nem aí para as palavras, continuava a repetir o que antes já havia dito causando a impertinência nela e dela. Já assumira a tal impertinência como sua e isso havia mudado muito o seu jeito original de ser.

Antes, amarelinha, dura e paciente; agora de cabeça branca e esquentada, ela procurava se segurar para não explodir como já estava fazendo nos últimos tempos. Afinal, ele era um estouro de deixar qualquer mulher louca!

Ela resistia por conta dos conceitos religiosos... Não poderia pedir o divórcio, caso contrário seria banida de seu grupo. Então, para isso, colocava a sua própria vida como holocausto em sacrifício para se manter viva de alguma maneira.

Ele se aproveitava disso para colocá-la em seu respectivo lugar: o de estourar com tudo e em máximo grau para atingir a beleza de sua plenitude brava e esquentada. Ele adorava vê-la raivosa.

Um instintozinho mal havia tomado conta de seu jeito macho de ser e isso era tudo o que fazia para lhe proporcionar felicidade. Por isso, ele se considerava amoroso e romântico. Este era o seu melhor modo de demonstrar carinho.

Ela não entendia e odiava ao que ele, portanto mais a amava vendo-a irritada e nervosa. Quando o fogo diminuiu e por fim se apagou ambos estavam fundidos gostosamente num só corpo.

Fudidos até que a boca faminta os separasse...

Andreia Cunha





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