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terça-feira, 8 de maio de 2012

ABRE-TE, SÉSAMO



A palavra "sésamo" vem do latim "sesamum", nome de uma planta herbácea que não é outra senão o nosso conhecido gergelim, cujos frutos contém as mesmas sementinhas que os padeiros de hoje espalham sobre determinados tipos de pão. O gergelim, ou sésamo, é conhecido desde os tempos mais remotos, principalmente na Índia e Egito, e as suas sementes, de múltiplos usos culinários, também foram usadas em rituais religiosos devido à crença de que possuíam poderes só explicados pela fé no sobrenatural. Além do mais, elas ficam encerradas em uma cápsula que se abre com facilidade depois de seca, sendo esta, provavelmente, a ligação entre os pequeninos grãos amarelados e a expressão cunhada por Ali Babá para servir como senha de abertura do portal de seu tesouro. 

http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br

Considerava as palavras brinquedos mágicos. Blocos de lego que poderiam elevar um ser a sua máxima glória ou causar catástrofes de proporções estratosféricas.

Ele, todo universo a se montar dia após dia, adorava vê-las além das letras no papel ou em sonoros timbres e entonações. Até certo momento de sua vida, não sabia o tanto que estava envolvido com este mundo.

Num determinado dia, despertou com a magia do abre-te, sésamo. Antes mesmo de abrir os olhos, o encanto veio à mente em suave voz. Acordou estranhamente contente  e isso lhe era engraçado: a felicidade por ouvir as palavras em todas as suas vozes e cores matinais.

Seu mundo se tornou mais vivo. Qual seria o sésamo do dia? Estaria escondido em seu trabalho? Num simples gestos que para tantos passa despercebido? Passou a notar mais a vida não em seus toques materiais de alguém que, por exemplo, todos os dias faz um jogo e espera o resultado.

Seu maior mistério era saber com que palavra estaria acompanhado. Até mesmo nos dias mais cansativos e mal humorados, as palavras lhe pregavam peças. O interessante foi quando acordou em meio a um insight. Havia sonhado com um número. Olhou no relógio e o bendito estava lá.

Após um momento preguiça percebeu que o dia e o mês correspondiam ao tal número sonhado. Algo importante o universo conspirava e ele precisava entender mais do motivo daquela persistência numérica que parecia lhe dizer algo para sua existência...

Era muito mais que apenas uma ideia quantitativa, o número que ele tinha em mente atuava sobre seu ser como uma ideia-força que o impulsionava a pensar sobre tudo. Era um número ímpar, portanto fazia parte do grupo dos números ativos e afirmativos.

Precisava agir, mas não aleatoriamente. Resolveu após consideração que investiria nisso da seguinte forma: jogaria sim, afinal sonhar é preciso e por último e mais importante analisaria sob o aspecto filosófico como uma revolução regular de sua alma refletindo em seu corpo sob a forma do simbólico 5 – o homem regido por seus quatro membros e sua cabeça como liderança e comando, os quatro dedos regidos pelo polegar, os quatro pontos cardeais regidos igualmente por seu centro, os quatro naipes e um coringa a espreita.

Seu dia 05/05 prometia muitas surpresas e ainda era apenas 5 e 55 da manhã.
Levantou-se da cama e a primeira coisa que falou foi um sonoro ‘abre-te sésamo’ na expectativa do que dali poderia acontecer...  O dia estava apenas começando.

Andreia Cunha





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