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sábado, 11 de fevereiro de 2012

LATEJANTES GOTAS



Não aprendi a ser.

Nesse universo, sinto-me galgando os tenros passos e voltando a engatinhar. 

Ser o ser que se quer e o que se torna pelos olhares alheios é diferente do que no fundo se acaba sendo.

Dentro de mim, há muitos seres tentando ser um só nessa pele que ainda me habita. 

Penso e digo ser impossível entender sob um único ponto de vista, talvez por isso eu tente lidar com essas figuras desdobradas como fragmentos desse eu pessoa-substantivo próprio em terreno abstrato.

Nome não define, pois é arbitrário, visto que acaba sendo ato escolhido por nossos entes mais próximos. 

Não sou meu nome, embora o carregue até o fim de meus dias. Sou mais que essas letras unidas em significado escolhido como gesto de amor-família.

E é esse ‘o que me sou?’  que me faz criança engatinhante de um significado maior a qual ainda não pertenço por não alcançá-lo além de meus sentidos primitivos.

Penso que jamais obterei uma resposta plena mesmo com o profundo decorrer das gotas latejantes do tempo.

Andreia Cunha







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