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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ORIENTE




Só acredite no que os seus olhos vêem e seus ouvidos escutam. Não acredite nem no que os seus olhos vêem e seus ouvidos escutam. 
E saiba que não acreditar ainda é acreditar.

Bertolt Brecht


Orientar: verbo carrega muitos significados. Um deles é o de determinar a posição de um lugar por meio dos pontos cardeais. Outro é o de identificar o rumo exato ou ainda o de oferecer conselhos para a execução de ação em determinada situação.

Dificilmente, neste caso, busca-se a procedência da palavra por achá-la muito básica e conseqüentemente simples. Entretanto, esta provém do latim Orior que quer dizer elevar-se, surgir, nascer; e, como substantivo -  Origo  - significa fonte, origem, nascimento. Daí para o vocábulo Oriente é um pulinho que representa justamente o ponto do nascer do sol.

Mediante a análise etimológica, podemos perceber que quando se busca orientação, na verdade não buscamos algo do universo exterior, pois toda e qualquer origem está no próprio ser que dele necessita. Cada um de nós possui seu próprio Oriente – o mesmo que em determinado momento deixará raiar uma nova manhã como resposta a nossas angústias.

É desta maneira que se encontra o passo apropriado para o prosseguimento do caminho antes obscurecido pela ausência da luz e da visão num ponto de partida. Ao deixarmos nos amanhecer, também nos elevamos como o sol que alcançará seu ápice ao meio-dia, tal como a maturidade no homem para a resolução das dificuldades que jamais deixarão de ocorrer em seu percurso de vida.

Para isso, nada mais interessante do que buscar na fonte o valor de uma palavra e perceber o quanto podemos mudar nossas atitudes em relação ao mundo que nos cerca. Sendo o Oriente o ponto do nascer da luz, convém entendermos que os conselhos direcionadores dependem única e exclusivamente de nossa aceitação do ocorrido.

Nada impede que outros nos auxiliem, mas de que adianta se não estamos abertos para a compreensão (o tomar posse) do problema em si?

Cabe a quem vivencia essa busca, a humildade para perceber que seus sentidos precisam ser tocados para a decisão acertada de qual direção seguir visto que muitas se bifurcam, mas apenas uma é a mais conveniente no momento.

Saber orientar-se buscando a origem dos fatos é o princípio da sabedoria na arte do amanhecer para cada experiência vivenciada. É guiar-se com os sentidos aguçados tendo noção de que todos são importantes e essenciais e ao mesmo tempo não totalmente confiáveis.

Andreia Cunha











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