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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

MAGDA, MAGNA, MAGMA



Começar e recomeçar sempre é possível.
Quanto ao fim: este é inevitável. 
andreiACunha


Chamava-se Magda e vivia... Não, Não e não. Não é bem assim que quero começar...

Era uma bela figura e suas leis eram as suas: autênticas... Não.Não, também não. Não posso deixar de me dedicar a mais bela história que já ouvi. Vamos lá, vamos tentar:

Em terra longínqua, nos confins da Europa, havia um vulcão. Consideravam-no extinto até que resolveu mostrar suas garras. Magda era seu nome.

O Magda compunha a bela paisagem da cidade que intitulava e era venerado pelos mais antigos moradores. O motivo? Os mitos de como sua presença foi de fundamental importância para a atual população e seu imaginário cultural e coletivo.

Outrora, os ancestrais viviam de seus rituais sagrados condenados por serem considerados paganistas, ocultistas e demoníacos pelos sumos sacerdotes da Santa Controladora. Para sobreviverem, praticavam suas crenças sob intenso segredo.

O que os protegiam, a ponto de não serem de cara exterminados? O vulcão. O Magda era vivo e quando despertava, acima de sua boca recendia enorme crista de fogo intenso com promessa de levante de sua rebeldia natural a qualquer momento.

Do lado oposto, o medo dos fiéis da Controladora diziam que os tais pagãos eram os hereges protegidos pelo próprio Dito e que este os mantinham vivos como ironia e afronta para eles devido a constante ameaça de invasão pelos ordeiros da Santa Paz regidos pela ordem Matriarcal.

No entanto, o Magda retinha os personagens cada qual em seus lugares; tanto os revoltosos como seus respectivos protegidos, afinal, quando este se inquietava o respeito era até dos amigos naturais: os riachos, os rios pareciam correr seu curso em silêncio, pássaros não piavam e as feras entocavam-se em seus refúgios. Os pagãos interpretavam tais momentos como prenúncio de salvação das mãos opositoras bem como um pedido para que sua fome e proteção fossem agraciadas como forma de pagamento.

Passou a Era em tempo ainda lento, diferente de nossa sensação, porém as histórias, filhas da eternidade linguística, subsistiram as ilusões e intempéries da surdez e miopia dos próprios homens. Foram elas que chegaram por intermédio dos contadores até aos descendentes atuais.

Num de seus piores furores o Magda em plena ebulição estomacal, sentia seu magma borbulhar, o que não demorou a acontecer: suas lavas em golfos homéricos se espalharam pelos arredores.

O certo é que pela mitologia, naquele dia o Magda mostrou toda sua gratidão e lealdade: queimou os oponentes cm lanças e armas em punho, mas nada aconteceu aos seus protetores de plantão. Tal como a passagem em que o profeta Daniel passou uma noite na cova do rei cercado pelos leões sem nada acontecer, os pagãos sequer sentiram o toque lambido do fogo em suas peles e isso se estendendo a fauna e flora da região.

Libertos pelo inexplicável, a Santa Controladora não mais os perturbou e ainda mais acordou com os oponentes uma regra de silêncio a respeito do fato mirabolante.

Portanto, a preservação oral pelos atuais habitantes é mais do que necessária pois é muito mais que mito em suas lógicas e logias. É um meio de acreditar que acima dos furores e temores ainda existe um Deus muito além do que o reles humano ainda tenta supor.

E a crença permanece...

andreiACunha







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