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sábado, 10 de março de 2012

VAGA-VAGALUME



Ei,ei... Você aí. Você mesmo... É hora de mudar, hora do renovo. De jogar fora tudo o que é inútil e que você pensa que um dia ainda vai precisar. Se até hoje você não precisou disso que está há tanto tempo guardado, não será hoje , amanhã ou depois que você vai – puxa  vida – realmente necessitar.

Abra sua alma e veja os cantos que nela estão precisando de uma limpeza, da retirada daquele mofozinho que te causa alergias... É... aquela mancha preta que fica imperceptível cheia de vidas ínfimas e minúsculas impregnando o ar que tenta entrar e pouco consegue.

Há uma energia nova circundando o ambiente e você a impede de passar e seguir curso... Não seja o tropeço do caminho, a resistência tola mediante a mutabilidade dos tempos e ventos...

Faça o possível para ser a força que impulsiona seu crescimento e não o recuo ao tormento. Mas faça isso aos poucos, caso não esteja tão acostumado com mudanças. O importamte é não parar, não estagnar, não endurecer a ponto de não encontrar sua casca primordial. (A última camada da cebola do poema de Neruda).

Afinal, vagamos num nada interrogativo que também nos conduz a nadas interpretativos. Pode parecer estranho o que disse, mas apesar de todo o progresso dito e vivenciado ainda pairamos nos mares das dúvidas e é justamente esse nada – como nada ainda saber – que nos induz às interpretações que ainda assim serão nadas em relação ao que ainda almejamos saber e consequentemente dominar.

Livre-se desses preceitos de domínios e comandos. Mal dominamos a nós mesmos quando em situações instintivas... Criamos ilusões como verdades e nos anestesiamos para o que ao nosso redor pode ser uma resposta convincente.

Olhe mais para o céu, contemple mais as estrelas, julgue menos os outros e a si mesmo. Tente, mas tente de coração, pois os sentimentos mesmo que errôneos são os abstratos que nos mostram caminhos concretos. A vontade é que aos poucos aperfeiçoa o leme para os mais elevados e consequentemente colaboradores das grandes mudanças a qual todos devem passar enquanto moradores da Terra – portanto aprendizes do que deve verdadeiramente significar a vida em todas as suas extensões...

Não sei quem sou para dizer isso em palavras legíveis aos que eventualmente me lerão, apenas tomei forma humana por meio dessas palavras que como peças de carne em exposição clamam por vida mesmo que deglutidas e transformadas em outra matéria.

Hoje sou essas palavras, amanhã serei alimento de almas e quem sabe adubo para as sementes e um novo dia de alguém? 

Não sei, mas é desse esvaziamento que vivo e partilho o crescimento meu e de outros que mesmo não me vendo, me leem como se encontrassem uma resposta ainda que vaga.

Vaga quanto as ondas, ou quanto o espaço vazio pronto para estacionar um veículo, ou ainda uma brecha em consulta e outros significados afins.

Vagalume na escuridão

Andreia Cunha






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