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quinta-feira, 29 de março de 2012

A MAGIA DA FORMA



 Antes do gênesis se prefigurar novamente em meu ser eu era um completo caos pela minha bagunça interior. Nada mais fazia sentido e não havia chão, terra ou céu a qual pudesse me manter firme.  Sentia-me despregada do mundo exterior e sem direções a seguir.

Não que não tentasse buscar essa forma. Eu a buscava insanamente, muito mais que a vida que me animava embora preferisse a cama e o isolamento. Os acontecimentos anteriores, pois ainda que não se queira há uma linha que nos mantém nesse percurso, haviam sido por demais fortes e como se andasse em corda bamba me deixei cair nesse perfeito caos até então descrito.

Algo precisava renascer, um big bang interno tentava se aproximar, mas tal como fruto indefeso pelas agruras do tempo não era meu tempo de amadurecer do terrível inverno que havia unido e também separado todas as coisas num único ponto.

Necessitava de expansão, luz e ressurgimento vindos com vontade e vento da estação correta para isso acontecer. A magia da forma teria que retomar com força a criação que em mim queria consentimento para prosseguir. Larguei-me no vácuo, pois nada do que curtia em mim como sumo surtia o efeito desejado.

Não sei até hoje onde reside a alquimia. Só sei que sem ao menos esperar retornei à vida que começou a brotar em nova flor dessa silenciosa explosão que viria a trazer o alento das formas primordiais e básicas até o renascimento da terra, do fogo, da água e do ar em meu ser renovado.

Havia morrido me desintegrado e desgarrado da matéria para enfim reviver na força cíclica que rege o universo como um todo. Sem sabermos há energia suficiente para esse remontar e ressurgir bem como o ressignificar do próprio ser em movimento mental mesmo parado num ponto fixo.

Havia experimentado as funduras das águas batismais no seu mais primitivo modo. Adentrei do modo mais denso e complicado, no entanto encontrei a saída para mais uma rodada de viver/reviver.

Como estou em formação não sei que forma plena será assumida nessa nova fase. Entretanto, sair já foi uma bênção, a forma é só com o seguir das horas e dos acontecimentos em ritmo melodia e movimento.

A vida é uma dança que nos tira para dançar sem nos mostrar o que em seguida virá... Eis o mistério da forma a preciosa sensação.

Andreia Cunha








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