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quarta-feira, 22 de junho de 2011

INDIGESTÃO - BURP



Algo incomum acontecia naquele lago que não era o Ness, o do famoso monstro.

A água tomara forma humana e agora vomitava dejetos como se estivesse sofrendo de uma tremenda indigestão de longo tempo. Sempre fora pacata, engolindo tudo o que lhe davam goela abaixo. 

Achava ela que os humanos por serem racionais sabiam o que estavam fazendo... Ledo engano.

E, por isso, sofria de contorções estomacais imensas. Nem mesmo um imenso sal de frutas lhe adiantaria para efervescer suas dores.

A cada ânsia vinham verdades regurgitadas com seu suco gástrico nada agradável.

Algumas pessoas a tinham como vingativa, por estar devolvendo assim tão mal-educadamente o que lhe ofertavam como presente de grego. 

Seus pés aquíferos eram temidos pelos humanos que corriam desenfreadamente, mas não evitando de se molharem no caldo fétido. Nada mais adiantava fazer. Como encontrar um médico à altura da água-humana? O fogo seria apagado, a madeira apodrecida no ácido, o metal, consumido.

Restava apenas agonizar sua dor netúnica.
O ser incomum tomba em estado calamitoso, não perde a forma humana, mas solta um imenso arroto ouvido por todo o sempre. BURRRRRRRP...

Andreia Cunha










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