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sábado, 1 de dezembro de 2012

PINTURAS DA CIDADE: A SUB-PERIFERIA




Não havia ainda termos para identificarem aquela nova área que surgia como um monstro recém-saído do esgoto a qual muitos desejariam nem ver na cidade.

Enfim, mas ela existia a seu modo por resistência da ganância de uns em detrimento da miséria de outros juntamente com os tais classe média – média amanhecida

Pois bem, era na sub-periferia que agora os excluídos sociais sobreviviam à higienização governamental do que deveria realmente ser apresentado para o mundo. 

Afinal, a escória deve ser sempre varrida para debaixo do tapete. Em último, mas bem por último caso pensa-se o que fazer com esses seres reles e insignificantes em momentos em que podem ser protagonizados como artistas por um dia.

Bem diferente do outro lado da urbe que nesse exato momento se vangloria das benfeitorias da sub-prefeitura e das demais esferas governamentais que a dignificam como sendo a perfeita imagem da proeza política bem planejada.

Constam áreas de lazer, jardins de flores estrangeiras, pracinhas de leitura enquanto no primeiro lado supra-supra-citado um imenso manto é lançado pelos aviões para recepcionar a ilustre visita que pelo pouco tempo não terá mais do que meia hora para conhecer o espaço.

Como não havia mesmo um nome para denominar a criatura que tentava mostrar as garras fétidas, a ideia mais genial foi a do manto verde indicando que ali havia uma bela e generosa montanha ecológica cenográfica prestes a virar condomínio de luxo pela paisagem que lá do alto se podia ver.

Pronto a sub-periferia como depois foi intitulada estava afinal em seu lugar: escondida, encoberta, sufocada, pobrezinha e enjeitada no seu canto disfarçada.

andreiACunha








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