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domingo, 2 de dezembro de 2012

O INOMINÁVEL, O INESSENCIAL E O IMBARGANHÁVEL





A incapacidade de lidar com determinados aspectos vividos em nosso tempo se circunscreve em nossa fala e nossa escrita. O camuflar-se, o esconder-se, o rodear sem aprofundar o que se considera problema são apenas alguns exemplos dessas atitudes.

Um fato recorrente ao longo dos séculos é o não saber lidar com a liberdade justamente pelo não saber também o que fazer com ela. Por conta, fica muito mais simples tornarmo-nos presos a preceitos e preconceitos que extrapolam em julgamentos nossa vivência em relação ao outro estereotipando o que é de cunho pessoal, social, ético, estético, etc.

Uniformiza-se desde roupas até gestos, atitudes e palavras. Nomeia-se o que é inominável  para amenizar a parcela de culpa de determinados comportamentos mesquinhos. Quem é o morador da rua? Quem é o carente? Quem vive na melhor idade? Quem é a classe média e como vive?

Quem somos? Soldados fardados para lidar com a vida e a lida em rotinas como se fosse o novo extraordinário?

Deixamos de ver, de sentir, de agir e perceber por meio dos nossos sentidos totalmente ressentidos pela paralisia mental que nos encurva ao sistema mecanizado e continuamos entre idas e vindas como insetos perdidos na selva de pedra.

Nossa educação é falha como a comida que engolimos nos fast foods por falta de tempo para o essencial. Inessencial é morrer num mundo de zumbis consumistas da dor e do fracasso em empréstimos intermináveis como se fossem presentes com juros mais baixos a cada dia pensando viver cada dia melhor.

Nosso conceito de melhoria está atrelado ao poder do ter e não do ser. É no carro do ano a custo de sangue, no condomínio de luxo em cima do lixo, é no parecer de espelhos distorcidos como verdades plenas e absolutas.

É no choro escondido entre risos vazios e companhia fútil entre trocas e barganhas do imbarganhável que se tripudia sobre o outro que escolhe um meio diferente de tecer o seu caminho.
Entre rodas que giram e não param e entre círculos de ar prefiro a loucura da sensibilidade ao perfume que insistem em passar como meio de remediar o suor fétido em ranço da falta de banho por medo da nudez e do corpo que nela há.

É na mudez da boca imposta em falsas verdades aliada ao pensamento reflexivo que com coerência muito diz que os ciclos podem e devem mudar.

andreiACunha





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