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sábado, 4 de agosto de 2012

O INTRUSO MORADOR




Um estranho intruso subia as escadas sorrateiramente. Em meio a ruídos e pelas sombras dos degraus, o ser se deslocava do sétimo para o oitavo andar, não sem antes ter sido visto pelos moradores lá no décimo segundo descendo para o antecessor horas atrás.

Um circo armado e as portas antes abertas se punham fechadas e temerosas pelo ente abominável que se colocava como novo morador do condomínio. Por ser novo e estrangeiro o passear pelos andares demonstrava certa inabilidade em encontrar qual das portas todas idênticas correspondia a sua.

Os moradores não estavam gostando daquilo e impacientes já havia interfonado para a portaria e para o apartamento do síndico que se pelas alturas das horas se reusava a atender. O furdunço era tão quieto e calado quanto à presença do dito ser. Ninguém ousava abrir a porta e interpelá-lo em questões ou atitudes mais austeras.

O medo era maior de que por descuido dessem brechas a um ladrão trazendo seus comparsas. Geralmente, onde há um, há outros e não poucos. O medo também incluía ter seus pertences levados aos poucos em roídas soturnas...

O que mais estranha nessa história tão real quanto a atual estabilidade econômica mundial é o fato de que o condomínio tinha como moradores os ratazanas e o intruso se tratava de um homem invadindo o terreno estipulado pelos excelentíssimos condôminos.

Em terra de ratos, homens não têm vez. Uma armadilha com veneno seria armada para pegar o danado do invasor que entre sombras se punha a subir e descer as escadas de quem provavelmente queria sossego para trabalhar no dia seguinte.

Esse era o disparate e também o despautério.

ANDREIA CUNHA






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