Powered By Blogger

sábado, 11 de agosto de 2012

BARANGA MEQUETREFE - EU? HEIN!!!



- SOU BARANGA, MEQUETREFE, MAS ACIMA DE TUDO SOU INOCENTE.

ESTAS ERAM AS PALAVRAS DA ACUSADA QUE SÓ RATIFICAVAM A FORÇA DO DISCURSO DE SEU ADVOGADO PARA DAR LHE MAIOR PESO DE SUA AUSÊNCIA DE CULPA NUM CASO MUITO EM VOGA NOS NOTICIÁRIOS E NA MÍDIA EM GERAL.

DE FATO, NENHUMA MULHER GOSTARIA DE SER CHAMADA ASSIM, AINDA MAIS EM PÚBLICO TENDO DE ASSUMI-LO, POIS SEGUNDO OS DICIONÁRIOS ANTES DE SEREM RECONHECIDOS VOCÁBULOS SINÔNIMOS DE 'MENOR IMPORTÂNCIA, SEM PODER DE DECISÃO' (MEQUETREFE) OU DE 'MULHER DE BAIXA QUALIDADE OU NENHUM VALOR' (BARANGA), SÃO PALAVRAS QUE NO CUNHO POPULAR SÃO CONSIDERADAS CHULAS MAIS COMUMENTE USADAS PARA SE REFERIR A MULHER FEIA: BAGULHO, CANHÃO.

MAS AO QUE PARECE O TIRO VERBAL PODERÁ SAIR PELA CULATRA E OS REFERIDOS; TANTO ACUSADA COMO SEU ADVOGADO DE DEFESA, TERÃO DE ENGOLIR GOELA ABAIXO E COM MUITA FARINHA A SECO OS SIGNIFICADOS AMBÍGUOS DOS TERMOS.

ISTO É, A DITA CUJA É TÃO CULPADA POR SER 'MORALMENTE FALANDO' DE BAIXA QUALIDADE QUE NÃO MEDE ESFORÇOS OU VALOR PARA SE ENTREGAR ÀQUILO QUE É O FATO EM SI QUE A LEVA A JULGAMENTO E PIOR AINDA SENDO CONFIRMADO PELO 'BARANGA' QUE A JULGA COM NENHUM VALOR OU POUCO (BAIXO) VALOR'.

O ADVOGADO DE DEFESA PODERÁ UTILIZAR  O ARGUMENTO DE QUE O TERMO SE REFERE A HIERARQUIAS DENTRO DE UM ESQUEMA COMANDADO POR CÃES MAIORES, NO ENTANTO, NADA DISSO IMPEDE QUE O SEGUNDO SIGNIFICADO AQUI EXPOSTO SEJA O TAL TIRO PELA CULATRA.

ENQUANTO ISSO O QUE REALMENTE FICA É QUE PARA SALVAR A PELE E MANTÊ-LA FORA DE QUATRO ÍNFIMAS PAREDES SEM REGALIAS VALE A PENA ATÉ SE AUTO INTITULAR BARANGA E MEQUETREFE.

EU HEIN!!!!!!!!!

ANDREIA CUNHA


São Paulo, sábado, 11 de agosto de 2012Opinião

RUY CASTRO
Baranga ou mequetrefe
RIO DE JANEIRO - Um dos advogados de defesa do mensalão, na tentativa de inocentar sua cliente Geiza Dias, ex-secretária do publicitário Marcos Valério, da acusação de formação de quadrilha, procurou desqualificá-la como uma funcionária menor, sem poder de decisão. Para isso, chamou-a de "mequetrefe".
Mequetrefe está no Houaiss e, de fato, significa "indivíduo sem importância, inútil, insignificante, borra-botas, joão-ninguém". Em outra situação, uma funcionária chamada de mequetrefe iria para casa chorando, vergada de dor e humilhação. Mas Geiza ficou radiante. "Ela me ligou duas vezes", revelou o advogado. "E dava risada. Disse que adorou. Espero que também tenha agradado aos ministros".
Acontece que inútil, insignificante etc., é apenas o terceiro sentido de mequetrefe no dicionário. Antes disso, mequetrefe quer dizer: "1. Indivíduo intrometido, dado a meter-se no que não é de sua conta; enxerido. 2. Indivíduo de caráter duvidoso, patife, mariola, biltre". Suponha que, aos ouvidos dos ministros, sabedores de seu latim, o mequetrefe do advogado obedeça a uma dessas acepções -lá se vai a defesa de Geiza para o espaço.
O advogado contou depois que sua primeira ideia fora classificar Geiza como uma "funcionária baranga". E, voltando ao Houaiss, lá está realmente a definição de baranga: "1. [Mulher] de baixa qualidade, de pouco ou nenhum valor". Idem ibidem, não parece algo de que uma mulher gostasse de ser chamada, exceto para salvar a pele. Mas pior ainda é a segunda acepção de baranga, de vasto uso popular: "2. Mulher feia, deselegante, mal-ajeitada". Aquilo que o povo chama, vulgarmente, de bagulho.
Nelson Rodrigues diria que não se chama uma baranga de baranga, jamais. Nem sei se é o caso de Geiza. Mas, mequetrefe ou baranga, não faz diferença, desde que passe por sinônimo de inocente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário