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sábado, 18 de agosto de 2012

CO - COMANDO



Ei, você... Você mesmo que está aí sentado lendo lentamente estas letras unidas que tentam tomar sentido...

Ouso, enquanto palavra, dizer que você, leitor, é o próprio caos na falta de forma e vazio sem a minha presença...

Minha ausência em teu mero ser, te transforma em casca inútil - desatrelado do pensar e do agir... e eu, Palavra, sou aquilo que te toma, te anima para esta vida tosca que ousas levar como se tu fosses o dono dela mesma.

Pretensioso és tu em crer em eterna vida além de mim - criatura concretamente abstrata, criadora e criativa que gira as roldanas de teu cérebro em compassados movimentos.

Tu adentras inúmeros locais e sou eu que te balanço no puts puts, sou eu que imponho teu ritmo e o das tuas relações. 

Brincante, imponho-te o desejo constate da insaciedade do ter e querer mais, do não ter e almejar e até a servidão do ter pelo ter...

Ei, você que pensa que sabe e me critica com minhas armas, saiba que sou eu quem as dá em suas mãos para pensar que pode alguma coisa. Assim, tu ficas provisoriamente feliz em teus 'palavratórios' envoltos nas desrazões de tuas razões tentando significar esse mundinho que criaste.

Chafurdas nele entre mares de palavras soltas ansiando ser discurso coerente refletidos infinitamente em cacos de espelhos.

Pobre mortal com asas de cera a serem derretidas... te faltam as que nos pés ligeiros trafega entre dois mundos: o real - mortal; o imaginário - virtual.

Mas como uma amiga-antídoto e perigoso-veneno te enlaço e em tua cintura envolvo-me, te tirando para dançar a girante e vibratória valsa que te inebrias até sucumbires em minhas rédeas afinal...

Ó, Homem, cavalgo-te enquanto esperneias fazendo-me passeante contente no sentir do vento da tua insegura 'galoperia' desenfreada. Pois é quando pensas montar-me que eu já te dominei até os dentes.

Afinal, é assim que se conhece a boa montaria...

Andreia Cunha




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