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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

ANTI-ISMO, ANTI-ISTA: É SÓ O CONHECIMENTO





Particularmente, e começo esse texto assim de cara evidenciando meu posicionamento, sou meio ressabiada com movimentos que carregam o sufixo ismo como pernas. E mais ainda dos istas que vão atrás da corrente ou movimento que carregam o tal como meio de existência no mundo das ideias ou correntes.

Vamos a exemplos para esclarecer o que parece obscuro na minha exposição. O Realismo enquanto escola literária em livros é visto com início na segunda metade do século XIX em oposição ao Romantismo, primeira metade.

Para os estudantes avessos a profundidades de estudos, parece algo mecânico e limitado como se ao adentrar realmente a segunda metade do século obrigatoriamente o Romantismo acabasse ou o Realismo por ignorância apenas surgisse naquela data  decretando o fim da vertente anterior de pensamento e meio de sentir o mundo da época.

Os dois – tanto Realistas quanto Românticos - conviveram por muito tempo ali páreo a páreo até a sobreposição de um pelo outro por algum fato marcante, tal como os dias atuais. Outro exemplo significante está na diferenciação dos gêneros, conhecida também como guerra dos sexos; o machismo e o feminismo.

Não se pode negar que ambas até hoje existem e cada um teve sua força de sustentação temporal de acordo com o contexto sócio-histórico. No entanto, nesse quesito o que vemos na atualidade são seres fragmentados e decompostos por lutas que tentaram por meio da força: seja a unhas e dentes manter direitos e igualdades sem necessariamente ressignificar o papel de cada gênero numa relação seja qual nível fosse.

Vemos hoje, homens que não sabem lidar com esse novo ser que é a mulher e vice-versa. Ambos enclausurados nas teias dos radicalismos plantados em movimentos de ismos liderados por istas que não colaboraram horizontalmente para o conhecimento dos diversos papéis de cada um como um todo.

O que resta é a solidão ou ainda pior, a distorção do outro como objeto a ser usado e lançado fora, a genitalização das relações sem a oportunidade do conhecer-se a si e ao outro como integrantes,  participativos independentes porém complementares na formação dos diversos tipos de relação.

A amizade é deturpada, o interesse afetivo, o lidar com essas relações no dia-a-dia tudo entre mares perdidos à deriva ou a deus dará... Há resolução para esse impasse? Para tudo há, assim creio, mas a meu ver está voltada para o conhecimento de si e o aprimoramento constante das informações obtidas sem necessariamente radicalismo, que mais trazem dor e sofrimento para todas as partes envolvidas no processo.

Só haverá paz significativa nesses reinos quando enfim houver respeito e consenso feitos a partir do ressignificar conhecimentos e partilha consciente desses conceitos, bem como referente aos que por razões escolhem caminhos diferentes.

ANDREIA CUNHA





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