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terça-feira, 10 de julho de 2012

O ANÔNIMO anônimo




Sempre que interpelado para alguma entrevista, as perguntas eram toscas e imbecis. Não, caros amigos, o personagem em questão não é nenhum famoso. Aliás, continua sendo uma figura anônima que por ironias do destino está sempre próximo quando o motivo é pegar alguém pra pato para expor sua opinião.

Outro dia, foi um sonoro ‘ei senhor, por favor, o que o senhor comeu no café da manhã?’ A resposta iria ao vivo para um programa local sobre saúde e bem estar. Nada - respondeu o homem simploriamente, pois estava atrasado para o trabalho.

O rumo da conversa do programa foi modificado, visto que alguns nem se alimentavam que diria bem e de modo saudável com a correria dos decorreres loucos das horas tema não previsto pelo programa.

Novamente, num outro dia e momento, foi interpelado por outra repórter que lhe perguntou sobre o feriadão prolongado e suas atividades. Ao que ele respondeu; Feriadão? ... Trabalhei o tempo todo e nem sabia que teve feriado! De que mesmo?

Novamente a resposta causou mudanças no rumo do programa. E Seus quinze minutos de fama começaram a ser multiplicados pelo que sarcasticamente a senhora nomeada Ironia do Destino (já citada nessa história porém em minúsculas)lhe indicava o caminho da suposta fama de maneira inusitada. Anonimamente era uma sensação.

Pessoas já falavam sobre seus comentários que viraram moda e motivo de reflexão. Olhem só já estava sendo considerado um filósofo da modernidade mesmo que ingenuamente nem soubesse o que era o objeto de estudo da dita.

Após tantas interpelações, foi finalmente convidado com honras a participar de um programa. Suas respostas sempre francas, recheadas por um quê infantil, mas verdadeiramente reais ao cotidiano da maioria, causavam comoção até mesmo nas pessoas que não compartilhavam semelhante comportamento de vida.

Era seu falar despretensioso, inocente e gentil que lhe davam esse ar de genialidade escondida.
Conclusão; realmente seus quinze minutos de fama foram multiplicados, ganhou algum reconhecimento momentaneamente. No entanto, cruel com qualquer ser de sucesso esporádico a dona Ironia do Destino também se encarregou de apagá-lo das linhas sucessórias da Fama Repentina.

Hoje é tão anônimo quanto o era na era de glória...

ANDREIA CUNHA




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