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domingo, 22 de julho de 2012

FASCÍNIO FASCISTA





A dúvida e a incerteza eram suas aliadas para se manter ativo na busca pelo conhecimento do mundo que nos cerca. De modo que o ponto de interrogação vivia em sua boca pronto a sair em mais uma entonação elevada como são as palavras de quem vive de questões. ‘Mas por quê?...’

Tudo lhe parecia novidade pedindo para ser descoberta. Não se contentava como a maioria em aceitações toscas de respostas vagas e incompletas. Era no fundo-dentro que queria instalar sua bandeira de quem desbravou caminhos picando as matas feito os bandeirantes.

Sua vontade não parava no fascínio fascista de quem com pouco se contenta e não mais observa por puro preenchimento do vazio que antes incomodava pela dor do dês-saber. Sempre havia algo mais a ser vasculhado...

Alma inquieta que inquietava os que estavam em redor. Seu foco principal era confrontar o que via, o que sentia com o que se dizia já solucionado. Muita coisa não assentava em sua mente como sol, lua, estrelas e a Terra em seus giros imperceptíveis... Nada condizia, nada se encaixava com o que via, fora o universo do mini-micro... Sempre uma festa para se remexer.

No entanto, a idade, peso cruel que o Senhor Cronos faz questão de aumentar ano a ano com 1k a mais no lombo dos mortais, o tornou um pouco menos ansioso e questionativo. Seu pasminho infantil foi aos poucos sumindo com o diminutivo da curiosidade e o aumentativo da dita ‘maturidade’ aliada à dureza da adultice e suas preocupações.

Tristemente o fascínio fascista lhe aquietou o pasmo e aos poucos como tantos outros mortais viu-se carregando os tantos fardos que lhe calaram as interrogações atualmente vistas como crianças chatas e inoportunas.

Pergunto: Por que vias elas andarão?

Andreia Cunha





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