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sexta-feira, 20 de julho de 2012

A MORTE DO MORTO MORRIDO





Naquele dia, resolveu visitar um lugar especial.

Seu próprio túmulo. Há anos morrera e não se ia visitar nem no dia de finados. Abandonava-se oras ali no jazigo da família abaixo de uns tantos palmos na terra fria e úmida oras vagando pelo mundo sem rumo.

Tinha pena de si, e por isso decidiu-se pela visita inesperada. O cemitério estaria vazio e sua presença, caso vista, seria por alguns poucos ou mesmo ‘nenhuns’.

O que ele não esperava é que o destino fria e cruamente lhe pregaria mais uma de suas peças.

Ao ajoelhar-se para se entregar as flores que para si trazia, dois homens com armas de grosso calibre lhe alvejaram o corpo morto repetindo atrozmente a cena que anteriormente acontecera quando ia visitar seu pai.

Fatídica situação se repetia nos estilhaços dos espelhos da verdade que se prefiguravam em realidade para si e também em sua memória extra carnal.

O pobre homem caído, o morto antes morto, morria mais uma vez vítima da própria história repetida na linha do tempo quantas vezes a graça do destino ousasse se repetir.

E novamente o caso ficaria assim in sol úvel. Em só nuvens...

Andreia Cunha





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