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domingo, 3 de março de 2013

OLHOS PARALÍTICOS




A quietude era para si a morte. Sua alma repleta de segundos de areia desejava o caos, o borbulhar de refrigerante prestes a ser consumido, transformado em aéreo movimento não necessariamente pela boca, mas pelo ar que o levaria etéreo para um além-invisível.

Aos olhos desatentos parecia calmo momento, no entanto quem é que disse que são nos olhos que o espetáculo acontece ali no visto, mas não visto?

Os desvistos da pressa olhar não atentam para as minúcias físicas que nos movimentam em se faz, refaz, desfaz e se rerrefaz para depois se des-re-se-rerre-fazer montar e prosseguir no ritmo obscuro iluminado dos desolhar.

Mistura confusa, contrária, côncava e convexa do existir e se encaixar na existência. Sim e não para quem pensa: o barato é punsk! Apenas mágico, simplesmente lógico constantemente criativo e reprodutor de ocos e vazios do nada ser. E há ainda gente que se afirma no ter.

Ilusão que queima a pele, derrete os neurônios, eleva ao nível da arrogância e da altivez e bloqueia o crescimento do conhecimento sempre ínfimo perante o todo que se desconhece ainda por se saber por se inventar por se descobrir.

Por isso, sua inquietude apesar de contida nos seus interiores tinha ares de sonho-desejo-angústia-pesadelo: vida no sentido completo. Seu silêncio era fundamental para resgatar seus primórdios, sua inessência.

Não, não morreria nos borbulhares ocultos desses atos. Manteria apenas a vida no invisível do vivível dos olhos paralíticos.

E paralisia mental era o que menos queria...

andreiACunha 








Um comentário:

  1. E tem vezes que deixamos escapar algum pensamento pelos olhos...no mais estamos vira e mexe olhando para dentro de nós onde só nós podemos ver...
    Conseguiste traduzir um estado de alma. Parabéns.Beijos no coração.

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