Tenho em mim a sensação de que a vida se prolonga além de meus poros transpirantes e meu corpo em movimento. Também tenho a sensação de que me desdobro a cada passo ou pensamento. Sou mais de um e nesses uns-alguns muitos fatos se adensam e igualmente se diluem como sentido da presença maior que nos guia.
O mistério não é místico, somente perceptivo para quem se propõe a observá-lo mais de perto ou talvez de fora e um tanto mais distante dependendo do momento. São nessas diferenças de sentires que a vida nos causa surpresas e impactos para o crescimento evolutivo espiralado tais quais as figuras nos diferentes universos macrocósmicos a qual ainda tentamos entender.
O ontem já foi e não mais me pertence a não ser pela memória que o cultiva em seus compartimentos cerebrais. O amanhã é uma promessa contida no plano dos desejos a qual tenho que lutar para que se realize. E o presente tão ausente de nossas mãos e pés é o que fica como vida a ser apreendida e ensinada como meio de alcançar objetivos e também liberação da mochila pesada de sentimentos e ressentimentos do passado.
Lidar com o tempo em suas três vertentes é obra de arte a ser construída com todos os elementos da matéria e também do espírito em harmônica sinfonia e fazer dos erros - acidentes musicais – um som ainda assim plausível de entendimento e compreensão.
Andreia Cunha
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