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sábado, 28 de abril de 2012

O SENHOR SÁBADO




Os dias decorriam na mais louca rotina: o levantar sempre a mesmíssima hora, o tomar banho para ir ao trabalho seguido do café geralmente rápido e sem gosto.

A casa? Durante a semana permanecia em perfeito estado de imundície acumulando o pó dos dias até que Sábado novamente batesse à porta convidando-a a pôr a coisa na mais perfeita ordem...

Mas o tal Sábado era muito sentimental e só batia quando bem lhe entendia apesar das horas marcadas para sua chegada. Os demais dias eram infinitos em duração até que garboso ele chegasse para enfim dar oportunidade de acabar com a bagunça dos micro-organismos festeiros que se alongavam em sair pela falta de tempo durante a semana.

Por fim, o seu hoje era sábado e como de costume vestiu-se a caráter. Armas em punho, roupa de guerra. O equipamento bélico era composto de vassouras, panos, baldes de água, produtos diversificados de limpeza e muita, mas muita disposição para guerrear e vencer a batalha.

Com certeza cairia na cama de modo melhor: tudo arrumado limpo e cheiroso. Sentia esse conforto até segunda-feira, quando tudo retomaria o curso do acúmulo de pós, pêlos e demais horríveis sujeiras.

Portanto, as melhores noites de sua vida eram feitas de sábados e domingos, neles percebia que chegava a ter sonhos mais agradáveis e tranquilos, isso quando não estava tão cansada que caia na cama feito um tijolo que despenca do vigésimo andar de obra em construção.

Ela considerava sua vida normal em comparação a dos demais companheiros de trabalho com quem convivia frequentemente. A vida não era uma companheira ruim era apenas uma professora severa e os dias como inspetores lhe determinavam a melhor forma de agir e também ocupar seu tempo.
Apenas isso.

Andreia Cunha





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