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quarta-feira, 15 de maio de 2013

SEMÁFORO

Vinha de camiseta verde, bermuda jeans preta, boné e um par de chinelos meio desengonçado nos pés. Só o percebi porque o semáforo fechou e passou apressado na calçada próximo a moto parada.
Carregava uma mochila e pelo que parecia ali cabia toda sua vida.
- Ei amigo! Vamo comê?!
Gritou ao outro que também do outro lado da rua se bifurcava na dúvida de para onde ia. Uma felicidade tomava o amigo que não via a hora de atravessar e cumprimentar o que estava agora brincando com o poste esquecido da interrogação de antes entretido na espera do companheiro de aventuras.
Entre carros acelerados vindos da outra via o garoto desafiou a pressa alheia e conseguiu chegar em segurança ao amigo. Agora, ambos do mesmo lado. Trocaram uns cumprimentos e com isso demonstravam terem apenas um ao outro para contar com as intempéries que a vida lhes concediam.
Continuaram  a travessia da via em vida quando para mim o semáforo abriu. Ainda os vi seguindo num papo repleto de gesticulações.
Em meus pensamentos ainda os via seguindo seus curso
s, assim como eu para mais um dia de trabalho, mais uma oportunidade de viver a vida.
Aquela cena me saciou a secura por humanidades que parecia impregnar meu corpo.
Leve, levei-me.
andreiACunha


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