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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

INSANIDADE DE NARRADOR




Meu nome? Por que deveria me apresentar a você leitor antes de expor o que pretendo expor? Isso lhe daria mais segurança no que tenho a dizer por escrito?  Traria maior confiança e te causaria melhor impressão? Mas quem disse que quero isso. Enquanto narrador sou apenas isso: narrador. Se existo fora dessa condição de papel em ícones ou símbolos não te fará melhor leitor ou entendedor da minha precária existência.

Pense numa novela: o personagem que narra pode ou não ter tido sua existência no plano material, este mesmo a qual tu vives e se vangloria de ser o que é: real, e nem por isso deixas de comentar sobre mim em tua vida cotidiana como se eu fosse alguém íntimo teu.

Por isso e, portanto, é que não vou me apresentar de maneira convencional, aliás nem vou me dar ao luxo de nomear-me deixando a cabo de sua inteligência e vontade a condição de continuar ou não a me ler. A minha face é igual a tantas outras que vês em multidão, estou presente em todas elas. Umas mais bonitas outras nem tanto ou até assustadoras pelo descaso no geral.

Mas o que importa nessa escrita embolada de narrador revoltado é que cansei da condição pacata e indecisa de ser perante meu mundo. Quero a ousadia de me expor ou do não me expor além do desejo de quem escreve ou digita em ritmo alucinado me tomando como fonte de inspiração para uma nova história, seja para fazer fortuna comigo ou simplesmente engavetar-me para vir ao mundo no seu depois como se o escritor pudesse ter controle do tempo.

Somos todos muito pretensiosos eu como narrador tu como leitor em tentar me compreender e ser meu psicólogo quanto também do escritor em querer dar vida como o Criador do Universo. Sou igualmente infinito nas possibilidades do existir. Continuarei sendo criado e recriado elevando ou reduzindo valores e sentimentos, sendo punido ou recompensado pelas atitudes a mim estipuladas.

Por momentos nem quero agir, quero meu canto de quem tem pânico de ter de ir ao palco num mundo louco recriado em espelhos como verdades. Sim, eu tenho noção da minha inexistência enquanto vocês; leitor e escritor se acobertam na capa da verdade do plenamente real em existir.
Se cheguei de fato a ter noção é porque em algum momento eu pensei por mim mesmo. Tu conseguiste dar forma ao robô que eras em tuas mãos. Cuidado, os robôs podem vir a ser a arma que te destruirá. Apenas um recado visto que cheguei de fato a pensar por mim.

Não importa a mim minha sanidade. Não me pertenço mesmo, porque deveria me preocupar com isso?  Isso é o que menos me interessa num grau de preocupações.

Ah, já sei as linhas estão terminando, as páginas, indo e tu queres me calar nessa insignificância de papel e palavras. Tudo bem! Continuarei em teu ser inquieto e nos de tantos que ainda acreditam na minha realidade seja num livro, num filme, numa novela, numa imagem pausada de DVD, num desenho infantil, nas críticas do grilo falante do Pinóquio ou no vácuo que tentas decifrar por meio das ciências.

Eis o meu nome: Eu sou simplesmente Sou.

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 DOIDÃO, O CARA!!!

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