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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

GIRAR, GERAR E GERIR




Certa vez alguém me disse: quem enxerga o nada, já enxerga muita coisa. E foi desta verdade que tudo surgiu.

Antes era a possibilidade e ela estava no ar e em seu infinitivo verbal fosse esse no cantAR, falAR, corrER, bebER, sentIR, partIR, dormIR, transpOR, morrER...

O universo era como o anteriormente dito; uma estranha possibilidade ainda imóvel. O Todo não tinha ânimo para mudanças, pois o Nada era um nome de substância desconhecida em sua estrutura molecular.

O próprio Nada se desconhecia porque o Tudo lhe era muito próximo e à mão sendo alcançado facilmente e sem esforços. Uma ancestral da Preguiça dominava.

Até que algo começou a mudar e, mudando lentamente, pôs-se a entender o que era movimento. Uma dança em suave melodia ritmada pelo pulsar de um novo coração menino arteiro que começava o mundo a experimentar.

Algo se iluminou e o Nada incomodado com o que agora lhe cegava queria mais é se afastar de tudo o que antes quieto não pensava borbulhar. Era um novo espetáculo peça de teatro novela conto fantasia...

Expandir era necessário, pois o Todo bem inflado não se continha na alegria e dor de se saber novidade. As partículas, meninas dançarinas, puseram-se a bailar sem saber o que era aquilo. Luzes, sombras, jogos de cores agiam como se fossem o primeiro despertar. Mal sabiam que de milênios em milênios tudo tinha que girar, gerar e se gerir.

O mistério é não saber quando tudo deve acontecer e é nesse enigma-renascer que o desejo resiste a acontecer no surgir do tempo como vento a espalhar.

Bailando, bailantes bailarinas permeiam nosso ser que um dia abraçará o Nada como sossego meio de parar. 

Afinal, o Nada é cíclico assim como o Tudo, um eterno recomeço.

Andreia Cunha












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