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domingo, 2 de setembro de 2012

O COM FORMAR DOS CONFORMES








"Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de abraçar e tempo de afastar-se; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz."
( Eclesiastes ) 


"Talvez o tempo te ponha na sua escola pois não terás melhor professor que ele."
( Abu Shakur )


"Nunca penso no futuro, ele chega rápido demais."
( Albert Einstein ) 




Era um menino que como eu curtia brincar, no entanto suas brincadeiras eram diferentes e apesar de considerá-las bem legais, hoje percebo que existia um quê de crueldade consentida em seus atos de se divertir.

Eu era inocente criatura e mal sentia sua influência em meu ser que com o seu passar crescia rápido, ligeiro, lépido e fagueiro. Essas últimas palavras me lembram mesmo do passado. Todo correria eu me punha a pular deixando a vida pulsar nos pensamentos e nas atitudes de criança arteira pensando ser artista.

Ele, experiente criatura se punha com a figura de menino para me fazer sentir feliz em sua companhia. Chamava-se Tempo. Naqueles momentos era feliz em sua companhia, aprendia tudo o que ele me passava – no tempo certo.

Todos sorriam quando em novidade o Tempo me ensinava algo novo e com graça meus pais ou amigos olhavam com sabor de novidade... Ele, amigo invisível , me acompanhava em tudo e eu lhe sorria plenamente nas ondas das aventuras que me proporcionava.

Conheci a glória da adolescência, o vigor que nela existe. Nessa época, ignorava sua presença enquanto ser. Era o jovem adolescente nas descobertas do dito mundo real. As meninices eram deixadas para trás... E tinha de ser assim. O Tempo mesmo se determina a sumir como amigo invisível para amigo oculto.

E no ocultamente me deixava não senti-lo no consumo de meu ser sempre aberto aos reveses de sua vontade. Minha noção de sua presença era agora por meio do relógio: criatura servil a ele, mas igualmente cruel com os humanos.

Escravizar-nos nas horas de trabalho; entradas e saídas, cumprimento de metas, produtividade, subdivididas em minutos e segundos e eu, o produto terciário dessa teia fragmentada que sempre pedia mais e mais em criação.

Mal tinha condições de olhar o percurso, porém tinha noção de tudo havia passado rápido demais – mais que na velocidade da luz... Há infinitudes cósmicas fui criança, hoje tenho crianças e as vejo sendo curtidas com o mesmo Tempo que a mim se fez amigo,hoje nem tanto em sua atitude de consumação.

Esperar a aposentadoria é o que me resta para voltar a viver? Esperar sentado deitado ou agindo nesse insano querer?

Tempo ó tempo onde estás que não respondes apenas passas? Diria um poeta. Não o sou por isso a aparência de artificialidade nesses versos que nem são meus.

Para o Tempo enquanto entidade seu tempo é infinito. Para ele é uma bênção ser tempo e nunca envelhecer, a nós mortais resta acatar, gritar, chorar espernear sem respostas favoráveis.

Conformar, seria a melhor palavra... Con-formar a todo o momento. A cada dia um forma nova com a presença do Tempo. Torna-lo sempre amigo apesar de suas adversidades e intempéries permanentes mais que nós, obedientes e servis.

Ele sempre será menino. Nós é que no plano do domínio pensamos crescer.

Andreia Cunha






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