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terça-feira, 16 de abril de 2013

PERMANECIDA




Éramos nós. Ela e eu ali dentro do elevador. Adentrei, mas não a percebi em seu canto quieta e irresoluta. Talvez pensasse sobre como seria seu dia e o que faria caso viesse a descer no térreo. 

Quando a percebi, estava no lado oposto e a primeira vista me assustei somente depois a considerei meio que humana em seu estado mosca de ser.

Poderia estar meio tonta pelos inseticidas, não ficaria assim parada em seu estado normal. Suas patas abertas como que colada as paredes, fixa em sua imobilidade enquanto meus pensamentos estúpidos ‘em inseto-cida’ mergulhava nos aéreos líquidos do imaginar vida racional do outro lado do elevador.

Desci no térreo. É assim que manda a lógica humana: tudo o que sobe desce e vice-versa. Se estava nas alturas, descer era o normal. O hábito. O correto. O lógico. Ela ali permanecida. Ficou. Talvez o seu andar já fosse outro.

andreiACunha





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