Éramos nós. Ela e eu ali dentro do elevador. Adentrei, mas
não a percebi em seu canto quieta e irresoluta. Talvez pensasse sobre como
seria seu dia e o que faria caso viesse a descer no térreo.
Quando a percebi,
estava no lado oposto e a primeira vista me assustei somente depois a
considerei meio que humana em seu estado mosca de ser.
Poderia estar meio tonta pelos inseticidas, não ficaria
assim parada em seu estado normal. Suas patas abertas como que colada as
paredes, fixa em sua imobilidade enquanto meus pensamentos estúpidos ‘em
inseto-cida’ mergulhava nos aéreos líquidos do imaginar vida racional do outro
lado do elevador.
Desci no térreo. É assim que manda a lógica humana: tudo o
que sobe desce e vice-versa. Se estava nas alturas, descer era o normal. O
hábito. O correto. O lógico. Ela ali permanecida. Ficou. Talvez o seu andar já
fosse outro.
andreiACunha
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