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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

NÓ NU







O objeto alongava-se no interior, seus olhos perscrutavam todo o caminho de vísceras e movimentos que o corpo desempenhava em sua luta de vida diária. Buscava um algo que justificasse sua entrada, a anestesia e a consequente figura humana ali exposta, inerte para sua execução.
A ponta com câmera expunha a nudez mais crua, a não sensual, a sem sentido na exposição dos sentidos vivos e pulsantes. Uma vibe natural. Um ritmo bambo frouxo um  pouco louco um tanto quente morno manso de muito mito. Um nó nu.
Nada justificava até então o motivo de sua presença indesejada enquanto corpo estranho supostamente rejeitado. Acabou o inacabado por outras intromissões marcadas para o mesmo dia.
Cansado de tantas exposições, o corpo pede seu cachê pelo espetáculo artístico em se demonstrar tão abertamente como nunca antes queria. Descanso. Pedia sossego enquanto a figura acordava lentamente sem noção do que até a pouco havia ocorrido.
Palavras desconexas e sensação de sono intenso. A acompanhante ajudara-a se vestir. A moça da recepção vinha e lhe dava o papel para o retorno enquanto seguia para outra sala.
O tubo desvendaria outra parte de si num novo espetáculo estético, artístico, visualístico apofântico apocalíptico caso fosse algo desencurável.
O sono era maior mal teve tempo de ouvir as primeiras guinadas do aparelho sobre si. Massa mole. Medida na medida analisada - mediana. Movimento e mudez entre giros novos movimentos seguidos de mudez.
No nó de procuras o nu exposto.
Nada ainda declarado.
Nu no nada no thing no think...
no thanks.

andreiACunha



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