Será que nós, professores, estamos fadados a vida de faquir e a mendicância dos dervixes? Estes oferecem suas vidas ao sacrifício e ao aniquilamento de toda a satisfação material por escolha própria e nós? Por profissão?
Onde estão nossas veias e nosso sangue? Enlatados, ensacados por medidas verticais ou já esvaído no lodo escuro e fétido do pântano da insensibilidade dos que se dizem preocupados?
Não me prolongarei, pois como apaixonada, corro o risco de falar em demasia e perder o senso do juízo. Afinal, as palavras tem força e suas pás podem lavrar como também estragar.
Deixo o texto a seguir como reflexão, a mesma que causou em mim e que me conduziu a essa escrita.
Andreia Cunha
O Faquir
Um cristão genuíno visitou um faquir que se declarava interessado em sofrer para conquistar o reino de Deus. Após saudá-lo, o recém-chegado indagou:
- O senhor está realmente empenhado na busca do Reino dos céus, padecendo sobre aguilhões?
- Sim - disse o homem - devo permanecer muito tempo por cima dos espinhos que me dilaceram para conseguir entrar na Divina Graça.
Porque o interlocutor silenciasse, o faquir perguntou:
- O amigo, acaso, tem outros recursos para que eu possa alcançar os fins que desejo? O visitante esclareceu:
- Respeito o seu modo de ser, mas admito que encontraremos mais depressa o caminho do reino, em nos dedicando às boas obras e servindo aos semelhantes, por amor a Deus, suportando, sem reclamar, os espinhos das críticas e das injúrias de todos aqueles a quem procuremos prestar esse ou aquele beneficio.
Só então o faquir se ergueu do leito de farpas e começou a pensar.
(Mensagem psicografada por Chico Xavier)
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