Parece estranho utilizar o esquecimento como recurso para se chegar à conclusão de algo que nos incomode a ponto de nomeá-lo como problema.
Entendo que a primeira vista tal afirmação parece permear o universo da loucura de quem a diz. Mas não posso negar que às vezes quando nos embrenhamos em muitos pensamentos sobre o algo que nos incomoda, assentá-lo nas águas profundas do esquecimento pode ser um bom recurso para quando tal situação for removida das profundezas abissais do oceano já tenhamos outra visão sobre o fato.
Caso continuemos no debruçar-se sobre o debruçar-se o problema pode ser transformado num círculo vicioso, um emaranhado de novelo de lã difícil de ser desatado. Nessas horas há a exaustão da mente, do corpo e também do espírito que ficam comprometidos pela falta de perspectiva em resoluções.
Os olhos não mais enxergam de modo favorável e tudo se volta para um ponto que não focaliza o melhor ângulo para análise. Nisso não encontrei frase melhor do que a do Bruxo do Cosme Velho para exemplificar essa postagem:
Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.
Machado de Assis
Inegável sabedoria
Incomparável beleza expressa em palavras.
Andreia Cunha
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