Gostaria de encontrar um termo melhor do que necessariamente cadela para identificar essa postagem, visto que tenho os cães em alta estima. Entretanto não encontrei palavra mais convincente e chamativa do que esta figura para atrair o leitor para o tecido que está se construindo com esse pequeno lago de palavras na qual expresso minhas ideias.
Ao longo de diversos períodos da História vimos ou soubemos por estudos de casos horripilantes aos quais o ser humano foi capaz de cometer em nome de uma ideia fundamentada ou não em teorias científicas, religiosas ou de outro caráter qualquer.
Assistimos a episódios macabros de extermínio em massa, de preconceitos consentidos, de rituais de maldades em experiências humanas e com animais, de medição de forças em poderio na utilização da inteligência como controle e/ou tentativa de destruição inclusive do planeta com as famosas bombas atômicas.
Tais atitudes mostram a faceta mais cruel que o homem em si pode ter. Não digo do mascaramento em bestas, me refiro a bestificação autêntica do homem na sustentação de seus piores instintos na sede insaciável por comando e controle.
A intolerância religiosa medieval, os rituais em sacrifícios humanos, as mutilações femininas, o conceito cruel de uma raça pura, a escravidão do negro e posteriormente as sociedades secretas que os exterminavam piores que animais em abate, o capitalismo selvagem na insanidade do consumismo e outros tantos nomes que poderiam preencher essa página são meros exemplos de situações até hoje vivenciadas e infelizmente marcadas nas páginas da História Mundial dependendo do contexto geográfico, cultural e afins.
A meu ver o que se nota é um princípio de retorno a condição de barbárie que por vezes tentam justificar como rebeldia, força do grupo acima da figura do indivíduo ou tendência moderna fruto da desigualdade social extrema.
O mascaramento não isenta o ser da culpa, aliás quem pratica o ato ilegal ou desumano quando interpelado sabe que não o deveria praticar, contudo o justifica com os diversos nomes que amenizam a responsabilidade de sua culpa em ato errôneo.
Assim foram os casos dos jovens ingleses da periferia que covardemente agiram como crianças mimadas na vontade de consumir o que não tinham condições e igualmente dos detentores do poder em capital que gananciosamente enchem seus bolsos não se importando com os menos favorecidos. Com aqueles que não impõe limites aos filhos desde a tenra idade como meio de educar para a vida iludindo-os com os sonhos comprados em lojas em vez de amor e atenção bem como correção e repreensão quando exigidos principalmente na adolescência.
Considero que a incidência de culpa maior recai no fortalecimento do cinismo enquanto mascaramento de comportamentos e atitudes nos tempos atuais. Tudo precisa de uma justificativa e não propriamente uma punição.
Passa-se a mão na cabeça dos delinquentes detentores de poder fechando os olhos para suas injustiças, ou se responde a tais atos para os de condição social inferior com intensa violência. Extremismos não educam. Quando não muito isentam do chamamento para uma atitude responsável ou traumatizam.
Tenho medo do andar da carruagem e da tendência a despencar no desfiladeiro nestas subidas desenfreadas de montanhas caso não haja modificação e compreensão dos tradicionais valores tão em baixa no contexto moderno aliados a ética de princípios na ressignificação de uma convivência civilizada com todas as diferenças existentes no mundo.
Enquanto a cadela está no cio há meios de impedirmos esse acasalamento. Caso contrário aos crentes digo: só Deus dirá. Aos ateus? fica como está.
O melhor é repensar, não?
Andreia Cunha
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