Em Algistaith não se pode sair sem se usar máscara. A máscara é elemento essencial para o respeito entre os cidadãos. Mostrar o rosto nu é um disparate que deve ser punido com severos castigos.
Não é necessário que se cubra totalmente a face, mas quanto aos olhos, estes devem ser protegidos com algo que esconda inclusive as regiões próximas ao nariz, bochechas e sobrancelhas.
O caro leitor pode me questionar: De onde surgiu tal crença?
Há muitas lendas, todas com seus segmentos de veracidade, mas nenhuma como a única e verdadeira. Todas se referem aos olhos como um órgão poderoso capaz de seduções em hipnoses e também como resguardamento da alma. Mostrar os olhos após os doze anos é algo como perder sua identidade e deixar ocupar seu espaço íntimo com o alheio sempre envolto nos princípios do mal.
O que segue é: quem se deixa dominar por algo que não é de sua vontade não é capaz de ter vontade própria e, por isso, pode cometer o que não deve e/ou não quer. O dominador só fará tal ato com segundas intenções movidas pelo puro poder do mal instaurado em seu corpo por não se dedicar a seus próprios olhos, cobiçando com tal gesto o alheio.
Segundo ainda as tradições: os olhos além de serem as portas de entrada para a alma, igualmente podem ser motivo por maus instintos. É pelo olhar que a inveja adentra o corpo personificando-se em um segundo homem dentro do homem. Uma gestação maléfica e cruel que deforma o primeiro aniquilando-o a um estado mórbido de secura material e espiritual. Mais ou menos como a idéia da morte em vida. Um zumbi.
Os que por falta de cuidado se deixam levar devem ser eliminados, caso contrário a multiplicação se dará infinitamente. Há o dia em comemoração ao Deus dos Olhos. Uma figura que nas estátuas e desenhos mostra livremente suas pupilas reluzentes e flamejantes capaz de cegar aquele que o vir realmente.
Os rituais de iniciação são rigorosos e feitos com olhos vendados sempre repletos de grandes perigos aos novatos que passam por treinamento rigoroso para se saírem bem. São provas de equilíbrio, destreza de sentidos e sensações, degustação e reconhecimento todos com olhos vendados. Aos vencedores a garantia de entrarem na fase inicial ao ser adulto, o respeito como tal e o desposar a amada que também deverá passar pelo ritual iniciático.
Confesso que quando li pela primeira vez sobre Algistaith não concordava em nada com os sacrifícios, mas como qualquer pesquisador, procurei aprofundar os conhecimentos nessa cultura milenar e secreta. São poucos os que a conhecem, coloco-os a par, caro leitores, para que comigo possam apreciar algo belo (mesmo com parcialidades) e diferente desses nossos ancestrais varridos como outras tantas civilizações consideradas inteligentes ainda que com atos ritualísticos baseado em sacrifícios.
Sofrerei sim com críticas de colegas que até hoje mantiveram o segredo, serei taxado de louco, mas não me importo, pois sei que um dia a verdade virá à tona e serei um dos tantos relembrados como um dos primeiros propagadores dessa história viva. Há em mim um pouco dessa vaidade mundana e humana de deixar uma marca na História do Tempo mesmo que não seja este ao qual participo no hoje.
Aos curiosos: não pensem que será fácil encontrar material sobre esse povo. Entretanto deixo uma esperança: eis aí nossa amiga net, a rede que sabe tudo e nos mostra os mais secretos lances da vida vivida e também da pensada.
Fica, portanto o desafio e a tarefa de vasculharem e propagarem essa minha verdade que pode ser também a sua e de tantos outros que comigo concordarem. O desafio está lançado. Procura quem quer, encontra e divulga quem tem juízo.
Andreia Cunha
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