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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

DÚVIDA: ELEMENTO REGULADOR DA VERDADE?



Dizem que sem a luz não haveria trevas. Que sem a dor não haveria meios de o homem se empenhar na cura das doenças ou ainda que sem o amor não haveria o ódio, ou o céu sem o inferno, Deus sem Demônio, etc.

Sinceramente não sei até que ponto essas dicotomias se aproximam do que venha a ser a verdade. Afinal, verdade é um substantivo abstrato e como tal depende de outro para existir. Esse ‘outro’ pode ser o nós mesmos que precisamos conceituar o tudo que nos cerca para alcançar um pequeno entendimento. 

Tem sido assim com as diversas ramificações das ciências e também com as religiões na tentativa de provar algo no intuito de arrebanhar novos e possíveis seguidores.

Às vezes penso que a verdade se afigura num imenso ponto de interrogação e que tudo o que nos dizem ou nós mesmos conceituamos como nossa verdade por meio de nossas experiências seja talvez a grande mentira na qual estamos imersos como girinos que ainda não se metamorfosearam em sapos.

Se nem sapo somos que dirá chegarmos a príncipes como nos contos de fadas? Entretanto, ainda assim sentimo-nos na condição de seres superiores na cadeia alimentar. Realmente uma cadeia, pois nessa condição arrogante em que nos vemos em nossos espelhos interiores parecemos o mitológico Narciso que mesmo vendo sua imagem refletida na água ondulante do lago, se achava o ser mais belo dentre tantos outros.

Temos a pretensão e a arrogância por aliados ao nos considerarmos seres divinos. Temos muito a aprender do que é ser divino para alcançarmos patamares mais sublimes e menos densos das camadas terrenas.
Praticamos o bem em templos religiosos ou fora deles tentando subornar aquele que consideramos “nosso” Deus a fim de sermos merecedores de benefícios em troca. Barganhamos o que deveria ser próprio da natureza divina para talvez sermos chamados um dia de santos.

Vivemos as máscaras, nas máscaras e pelas máscaras. Somente nelas podemos dizer que existe verdade embutida no nosso corpo. Como podemos julgar o alheio se ele é tão próximo de nossa condição a que tanto tememos e mascaramos como sendo a verdade? Mesmo que tenha as ditas minhas, o que já é um mascaramento de posse, como poderia eu impor algo que a mim me parece ideal?

O mundo dá tantas voltas e nos vemos em tantas saias justas que se não tivermos a maleabilidade da mudança ficamos fadados a obsolescência como objetos ao pó e ao descaso.

Revermos e revivermos conceitos são por si só os meios de ressignificarmos nossas vidas e retomarmos as dúvidas como grandes aliadas para repensarmos constantemente o que pode vir a ser a verdade, mais do que necessariamente respostas que podem ser transformadas em grandes embustes conforme o tempo, grande mestre que nos ensina. 

Andreia Cunha
















2 comentários:

  1. Querida Andréia,
    A verdade é uma mentira que ainda não foi descoberta.

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  2. Querida Andréia, essa postagem foi motivada pela revolta que alguns aspectos da nossa estrutura social despertam em mim, e a educação com certeza é um deles, além de ser o mais importante.Quando não educamos a criança teremos que punir o adulto, essa frase transmite perfeitamente essa trágica causa e efeito. Estamos criando uma legião de analfabetos, de filhos de mulheres frutas, de pagodeiros, maconheiros, macumbeiros, maloqueiros, funkeiros e outras tristes caricaturas que rimam com brasileiros.A perplexidade que me causa observar essa massificação alienada, essa fábrica de seres despreparados até para se auto sustentarem, só se compara com o meu terror em observar que uma imensa parcela dessa juventude desasistida, tem migrado para a crimanilidade e a dependência pelo uso de entorpecentes. Já que a família não é dotada de qualquer alicerce para modificar esse quadro, por também terem suas origens no berço da ignorância, cabe aos destemidos e persistentes professores suprirem essa lacuna edionda, atravessando uma maratona de limitações e contratempos.Marcham orfãos de uma tutela que os valorizem, que os motivem e os amparem, lutando contra as trevas que obscurecem qualquer vestígio cultural de alunos e seus familiares. Sim, admiro e compadeço com os professores, eles são a última esperança da possibilidade de um futuro melhor. Beijos querida Andréia Cunha.

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