Os mistérios básicos da vida são: não saber quem realmente se é, o que nos virá, pois cada dia se configura como uma página em branco, mesmo que delineada no profundo do pensamento e o que sucederá a nossa alma com o fenecimento do corpo caso haja outra existência em planos mais sutis.
Perguntas sem respostas em promessas aéreas que instigam outras tantas perguntas sem nada como prova de concretização. Em relação ao sentimento que nos mantém vivos - o amor - podemos fazer apenas conjecturas, entretanto no afã do momento e movidos pelas ilusões dos sentidos e sentimentos, os homens juram sobre aquilo que improvavelmente cumprirão com pureza de verdade.
Por isso, o problema em forma de equação:
2 podem ser 1?
Tentar resolver esse enigma é entregar-se a uma possibilidade, cuja resolução não pode ser resolvida aleatoriamente como se cata do ar um segredo do universo. Nem mesmo o amor em seu intenso fulgor pode desatar o emaranhado misterioso que se esconde no âmago de cada ser. E daí, ficamos com ares de nada embasbacando-se nesses volteios que somos por falta da capacidade de criar uma definição conclusiva.
É mais fácil 1 ser 2, 3 ou mais do que por meio de laços e anelos 2 se tornarem 1. Essa junção é pesada demais para se adensar num só corpo os tantos 'eus' que um em si já carrega. Cada um são muitos e jamais poderá ser meio com o outro. Essas falsas promessas tornam-se compridas e pesadas devido as juras enganosas e a insanidade da fusão proposta.
Esse é um desejo matemático sob olhares dos que ainda acreditam na fórmula "SOMOS UM" eternamente. Nesses casos, creio: sempre haverá a anulação de uma das partes e tudo o que causa uma mutilação não pode e nem deve ser chamado de amor.
O ideal é que cada parte envolvida num relacionamento amoroso conheça o máximo de eus do outro e ao se unirem, que se unam com todos os eus possíveis do ente amado, para que as chances de concretização de felicidade sejam mais que uma simples equação matemática.
Andreia Cunha
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